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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Sopra

 






Sopra agudo 
um vento de leste.
Saltam as agulhas acesas
dos pinheiros mansos
costurando a música dos pardais e das gaivotas.
Correm cordeiros no mar ,
na lã branca de espuma.
 
No convés  da erva orvalhada,
foguetes de pegas azuis,
coloridas,
alegres,  
sadias.
 
Atormentam-se as nuvens.
 
Algures,
o porão da inconsciência dos homens,
cospe foguetes de gás
fundindo-se
com os escombros  acesos do silêncio.
Pétalas
caem nos braços exauridos,
já murchas,
sem cor,
sem espaço,
sem vida.
 
Onde já não existem pegas azuis.



manuela barroso
Imagem-Internet

 

 


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