Se me disseres que te apaixonas pelas flores que
cobrem as
ruas das tuas mãos ou pelo austero
cântico
que atravessa as frestas na
sombra das pedras,
vibrarei com o âmago da
tua adolescência.
Nada é tão puro e cristalino e
tão levianamente azul.
Nada é tão perecível como a
sonolenta caligrafia de
um sinuoso silêncio submerso no
misterioso lodo das
águas. Nada é mais belo que o
sibilar das folhas,
o saltitar do chapim na lucidez
da manhã.
Submersos na imaginação vadia,
sorvemos o bulício
que nos suspende à moldura da
vida, como corpos
abandonados à procura
de um poente.