Se o vento te perguntar porque morrem as saudades,
porque os olhos já não brilham,
diz-lhe que as penas mudaram a cor das asas
que o calor já não arde no sol do meio-dia,
que os segredos moram na lua fugidia.
Se o vento te perguntar porque sorris no silêncio,
diz-lhe que já não há sal nos regatos do outono
que a flor da primavera é uma cor sem retorno,
um renascer ao abandono.
Se te perguntar ainda porque pernoitas no dia,
diz-lhe que o néctar das horas amargas azedam
os olhares, os minutos são corroídos pela solidão
e que o corpo não descansa no lençol virgem da
tarde, com lágrimas nos buracos profundos da mão.
E se o vento insistir, perguntando porque cantas
entre os pinheiros semeados de azul,
diz-lhe que as aves afinam já os gorjeios desde
o início dos tempos, esperando o sino da minha voz.
E que a erva renasce na cama da alegria, entre as
maduras espigas fertilizando mais o pão de cada dia.
Diz-lhe.
porque os olhos já não brilham,
diz-lhe que as penas mudaram a cor das asas
que o calor já não arde no sol do meio-dia,
que os segredos moram na lua fugidia.
Se o vento te perguntar porque sorris no silêncio,
diz-lhe que já não há sal nos regatos do outono
que a flor da primavera é uma cor sem retorno,
um renascer ao abandono.
Se te perguntar ainda porque pernoitas no dia,
diz-lhe que o néctar das horas amargas azedam
os olhares, os minutos são corroídos pela solidão
e que o corpo não descansa no lençol virgem da
tarde, com lágrimas nos buracos profundos da mão.
E se o vento insistir, perguntando porque cantas
entre os pinheiros semeados de azul,
diz-lhe que as aves afinam já os gorjeios desde
o início dos tempos, esperando o sino da minha voz.
E que a erva renasce na cama da alegria, entre as
maduras espigas fertilizando mais o pão de cada dia.
Diz-lhe.
Manuela Barroso