.Vladimir K. |
Em cada baga de azevinho, o contorno
do berço onde embalas recordações.
já não vives no peito das árvores
nem nas penas dos piscos.
tudo escorre no tempo sem luz,
só com o brilho do limo onde fecunda
o sumo verde das correntes cristalinas.
abraças o amor da sombra que se foi
com o outono num último adeus ao sol .
mas tudo vibra na nudez que te cerca.
as nuvens encobrem os braços exaustos
da renda das árvores empalidecendo
o restolho musguento onde tudo dorme,
exceto os
caracóis sonâmbulos,
invadindo o sono das folhas.
despertas da alucinação que enche
o teu peito de paz, para voltar à casa
onde te esperam outras alegrias,
nesta espécie de turbilhão branco
em sossego, feito de harmonia.
( Reeditado)
Manuela Barroso, Eu Poético VII