Nelly Tsenova |
Deixa que o deserto
seja o oásis e a areia seja o mar
desta quietude
branca que corre e avança
no seu jeito de
abraçar
E que
cada flor de areia
seja olhos do
deserto
tão distante mas
tão perto
tão árido mas tão
liberto
onde correm
palavras nas pegadas do verso.
Que subam, que
desçam nas dunas
em grãos de
palavras ao vento
que não penso, nem
quero, nem digo
acorrentadas às
algemas dos meus pés nus
de mendigo.
Que se enterrem na
areia das minhas mãos, os seus dedos,
que sequem ao sol
no esqueleto
vagabundo do medo.
Hoje sou a
liberdade no esqueleto mudo do segredo.
Manuela Barroso
( No prelo)