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quarta-feira, 26 de maio de 2010

AMAR(RES)


Eterna fusão do amor, esta condição de amar!

Nestas múltiplas faces de afectos que devem unir toda a humanidade, confunde-so o amor com os amores! E se o amor faz parte do nosso imaginário adolescente, tantas vezes ora amargo ora inatingível, amar é viver para e com o outro!

Mas quer queiramos quer não, quando falamos em amor, nasce no nosso imaginário aquele primeiro olhar doce , meigo ,sedutor e inebriante do outro Eu que nós projectamos para além do tempo e quiçá do torvelinho que a vida nos vai tecendo...

...e conforme o relógio vai avançando, as memórias vão-se esbatendo, esfumando como núvens que não querem prender-se ao céu!

...mas a alma permanece viva,atenta, numa jovialidade quase pueril, quando as recordações batem à porta! E deparam-se todas as delícias que fazem da nossa mente um eterno salão de baile das nossas ideias! Mas os ideais...esses foram ficando presos ao fado que não pedimos para cantar!...

E ficamos presos a esse amor que nos tira uma parte da consciência, prostrando-nos, vergados

com o peso de tanto amar!

E ficamos sós, com uma auto-comiseração perante tanto afecto esbanjado!

E ficamos, por fim, rendidos a esta condição, por amar demais!

Mas eis que o Amar nos espreita, cansado de esperar por uma migalha que ainda exista no nosso

peito!

...e aí, nasce o Amor incondicional por todos e por cada um!

...aí nasce a verdadeira essência do Amor, porque espera pelo momento que ainda "sobrou",com calma, dignidade e paz! Sem ressentimentos nem explicações ...apenas recebe ,como a água fresca que inunda a lezíria da nossa alma!

E deixamos o torpor cego do amor que nos entorpeceu,envoltos numa concha!

E a lucidez da vida, vai-se encarregando da verdadeira tradução do Amor!

...porque ele é o rei dos afectos!

...porque ele é um filho do AMAR!