Partem-se os
corações na seiva das pedras.
Procuras o silêncio dos bosques quando o
silêncio mora no
silêncio do peito. Procuras a
alegria no tédio
da noite, quando a luz te visita
cada dia.
Alonga os teus olhos
e derrama o teu olhar nas
bolsas tenras das
copas das árvores, no rebentar
das águas com
pressa de nascer.
Busca a tua primavera
e reparte-a como pão com
a fragilidade com
que te mendiga o teu irmão.
Lê no planalto a
lonjura dos cometas, deixa-te perder
na vastidão do oceano
azul do céu e dorme acordado
na imagem
deslumbrante da paisagem.
E sobe o monte de
nuvens nas pegadas da brisa que
te levam ao
esplendor do mistério dos buracos que
são negros de luz.
Espraia os
sentidos pelo caminho que pisas.
Nas orlas das
estrelas, espera-te o tempo que não
tens e a fome de
poentes azuis.
Aproveita o tempo que
te dá a tua idade.
Maravilha-te na planura da tua liberdade.
Manuela Barroso
Adenda em 21/4- Amanhã dia 22-04, pelas 21H, estarei na Hora da Poesia, nesta rádio: http://www.radiovizela.pt/
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