Jaime Best |
Na poeira lê-se o tempo que corre parado
na exatidão do espaço
que espera algures, em lugar nenhum.
A respiração atravessa as folhas e os pulmões das pedras
no musgo rarefeito.
Os raios aquecem os néctares que pernoitam nos lábios
de todas as paisagens.
A luminosidade vagueia plana no coração da Terra
anunciando a alegria de estrelas azuis.
Nos ninhos aquecidos de peitos maternos,
dormem ondas de amor nas marés do coração.
Porque não sorris com a translúcida cor dos olhos dos lírios?
Arruma as angústias,
sacode a poeira que embacia o teu Agora.
Há muito tempo que o sorriso é a muralha
que guarda a fortaleza no poema da tua alma.
Manuela Barroso