Parabéns, Graça!
Para a Graça Pires
Constróis a caligrafia dos dias como se foras
um pássaro escrevendo no orvalho.
Na delicadeza das linhas o sublime do improviso.
Deixas a contemplação das palavras
como se foras um barco em viagem clandestina
deslumbrada pelo longe.
E uma alegria sonâmbula deambula,
tacteando a sublimidade poética.
Meticulosa, desenhas voos
perseguindo a sabedoria das migrações.
O inesperado
é o alvoroço na surpresa efervescente de cada poema
E acendes o desejo de permanecer ali,
focando a paisagem num aturado desafio.
Puro deleite.
O monólogo interior vagueia para desaguar lentissimamente
na insónia do despertar.
Manuela Barroso
Sexta- feira ,22 de Novembro de 2023