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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Refúgio

Bem-vindos!




Tento refugiar-me na luz do teu sorriso
mas engulo o sal da saudade.
as penas voaram contigo mergulhando o ninho em insónias.
acordaste  Atenas na tarde com o véu esvoaçante que te envolvia  
refletindo- te como uma estátua no colo que o rio quieto, trazia.

as águas te levaram
embaladas pelo encanto da tua voz
a beleza  morria no entardecer do granito,  
levando a minha palidez num alegre e triste grito.

 não te perco, douo-te à Felicidade
não te prendo, abraça a Liberdade
fui teu berço e serei a tua sombra, sem idade.
hoje sou fumo diluído na bruma vigiando teus passos,
nuvem de Outono na labareda do poente,
a tarde no recato da violeta
noite que vela por ti no silêncio do cometa.
abrirei sempre, na aurora da noite, o teu linho branco,
com as flores que trazias desafiando ainda mais o teu encanto.

vestirei agora  as paredes do silêncio com o sorriso da tua ausência
enquanto gotas teimosas
brincam no meu rosto com a dor da impaciência.


   Manuela Barroso, In" Eu Poético VI"



Frans Mortelmans