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sábado, 16 de julho de 2022

A Luz coa

 





A luz coa a acidez das sombras  no fogo das  resinas,
definhando os nervos da terra que geme no refúgio das grutas
onde cantam os morcegos na felicidade das teias em cortinas.
 
Ninguém escutará a voz
encostada aos olhos das nascentes;
só o rosto do granito erguido
no moinho solitário, dormente.
 
Amanhece. 
Uma chuva de sol
se espalha em delírio no orvalho incandescente da ladeira
e cobre o solo tecendo arabescos na poeira.
 
O pólen desce do campanário.
Mergulhando no chão,
outras flores virão,
fazendo dele um santuário.
 
Manuela Barroso