Longe, o mundo corre e a miséria
humana expande-se.
O sossego é interrompido pelos estropiados
e pelos
famintos de tecto e de pão. Na impotência de dar
a
mão aos tresmalhados, caímos na exaustão a caminho
de um abismo de que desconhecemos os contornos.
vez mais misterioso. Permanece uma sensação estranha
de
voltarmos às origens. Bastar-nos-ia água e um berço,
mesmo de pedra, onde um calor mais completo matasse
esta
fome de paz com cantos de pássaros e o redemoinho das
águas.
espera-me na curva da estrada!
A vida pesa-me e antes que pare, quero matar a sede
dessa água que te rodeia. Não quero mais nada.
Manuela Barroso