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HOJE sinto as dores da partida naquelas vidraças
turvas, engolindo os olhos daquela tarde de
outono.
sinto o frio
no peito e o negro da laje sombria
onde não te
encontras
escolheste a pureza do fogo onde não passeiam
larvas no breu
da terra
sinto o peso
da ausência no fogo, reduzindo a pó
tudo o que
tiveste
a cinza
deixará para sempre a imortalidade da tua
essência
naquilo que foste. que quiseste
desceste num
trago lento, algures no caminho do adeus.
fecha-se a
boca do chão. ficou o nada no vazio da
tarde
em redemoinhos
de folhas na dispersão da areia
tudo se
apagou
renascerão as
memórias
em tudo o que
se semeia
hoje sinto.
Manuela
Barroso, “Eu PoéticoVI”