Josef Sudek
Com
as janelas do teu rosto que atravessa a ponte
dos
dias, acordas flores e insectos nas suas metamorfoses.
Jamais entenderás os segredos do sangue que viaja
na pele coberta de tempo. Nem os beijos das abelhas
arrancam murmúrios das pálpebras onde passeiam.
O silêncio cobre de contemplação estes olhos coloridos
que se abandonam no céu e as palavras fecham-se no
mutismo contemplativo eternizando a perfeição geométrica
da Criação.
Não falam. Gritam no colorido arrepiante das cores.
Ateiam fogo sagrado nos olhos dos insetos sem um
gesto, apenas balouçando-se com a brisa que leva
consigo a chuva de pólen. É este bailado, a comunicação
que se ouve numa imagem inquietante de alegria, uma
labareda doce na planície da vida.
Onde se esconde o mistério que o rosto procura?
Em cada corpo de erva no calor telúrico que arranca a convulsão
de beleza que dorme nas raízes de cada manhã .
E os olhos fulminam de ansiedade no desalento da ausência
de palavras, presas na retina do pensamento. Soltam-se.
E num voo veloz pelo firmamento, planam este atlântico de
cores escrevendo nas asas este momento.
Jamais entenderás os segredos do sangue que viaja
na pele coberta de tempo. Nem os beijos das abelhas
arrancam murmúrios das pálpebras onde passeiam.
O silêncio cobre de contemplação estes olhos coloridos
que se abandonam no céu e as palavras fecham-se no
mutismo contemplativo eternizando a perfeição geométrica
da Criação.
Não falam. Gritam no colorido arrepiante das cores.
Ateiam fogo sagrado nos olhos dos insetos sem um
gesto, apenas balouçando-se com a brisa que leva
consigo a chuva de pólen. É este bailado, a comunicação
que se ouve numa imagem inquietante de alegria, uma
labareda doce na planície da vida.
Onde se esconde o mistério que o rosto procura?
Em cada corpo de erva no calor telúrico que arranca a convulsão
de beleza que dorme nas raízes de cada manhã .
E os olhos fulminam de ansiedade no desalento da ausência
de palavras, presas na retina do pensamento. Soltam-se.
E num voo veloz pelo firmamento, planam este atlântico de
cores escrevendo nas asas este momento.
Manuela Barroso, 2014