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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Fugiram os pássaros

 


Fugiram os pássaros na invernia do desassossego.
Canta agora a música sozinha na sombra nua
escorrendo nas tendas da terra onde hibernam
as notas do solstício. 













Fugiram os pássaros na invernia do desassossego.
Canta agora a música sozinha na sombra nua
escorrendo nas tendas da terra onde hibernam
as notas do solstício. 
Acordarão com Vivaldi
nos rebentos de primavera
vivendo no coração dos trópicos.
A alegria ainda balouça em folhas secas tardias
no soluço dos galhos descarnados,
na erva fresca,
no regadio dos prados.

Firmes e solenes, as árvores ensinam
paciência
e resiliência
à pressa dos Homens.

Fixo a casca dura de um caracol.
Acompanho a sua excursão lenta na
inclinação das pedras.
E no contraste entre a fragilidade e resiliência,
os dois se irmanam: tudo o que existe são moléculas
que se complementam.

E naquele jardim, vi assim, 
que também faziam parte de mim.

 Manuela Barroso “ Luminescências”







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