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domingo, 4 de maio de 2025

Mãe-Rio de Afectos

                                                           Feliz Dia da Mãe!






Hoje acordou-me o rio de todos os afetos.

Espreguicei-me nos limos suaves,
numa placenta morna protegendo-me  dos ímpetos
do bico dos peixes no voo das águas

Toquei a minha pele, nas entranhas, onde
as sensações se disfarçam nos mistérios
da vida.
Memórias do inconsciente nas horas brancas
em que te embalava  no meu seio.
Permaneço ainda deslizando sombras maternais
no regaço que nunca arrefece

Tenta demolir as pedras do abrigo materno!
Jamais apagarás os alicerces da
cidade que mãe construiu em ti.

Tu, mãe,
fonte de todas as sedes, onde morrem todas
as ânsias e todas as saudades, que vozes te
segredam  a ausência de ti?
Que sangue perfuma a transparência da tua alma?
Que pedra constrói o monumento da tua coragem?

Tu, que és mãe,
semeia de branco as constelações  que fazes nascer
no perfume das velas, na constância  permanente                                     
do teu amor incondicional.                                                                     
Tudo  de ti vem, em ti nasce, afinal.

És tudo em todos
numa dimensão desigual



Manuela Barroso, in “Laços”-Dueto- Versbrava Editora

 







5 comentários:

Graça Pires disse...

A mãe: fonte de todas as sedes, rio de todos os afectos. Por isso adivinhámos sempre em seu rosto o rio da infância e deslizámos em deslumbradas canoas pelo sal dos seus olhos.
O teu poema é de uma sensibilidade quase espiritual. Emocionei-me a lê-lo.
Uma boa semana.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Manuela!
Que sublimidade para ressaltar a força e beleza do amor materno!
Tenha tido um Dia das Mães abençoado!
Beijinhos fraternos

Mário Margaride disse...

Boa noite, amiga Manuela.
Lindo poema de homenagem às mães. Pena é, que se lembrem simplesmente das mães uma vez por ano. Porque elas, as mães, o são 365 dias por ano.
Gostei bastante da sensibilidade deste poema.

Deixo os meus votos de uma feliz semana.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Juvenal Nunes disse...

A humanidade não subsistiria sem esse dom especial da maternidade.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Olinda Melo disse...

Poema de grande profundidade que dedica às Mães,
querida Manuela. Fonte de todas as sedes, completamente
incondicional.
Beijinhos
Olinda