Há-de ser em janeiro que eclodirão cristais
das bolsas da terra;
que nos olhos das fontes desaguará a luz coada
da ainda penumbrosa madrugada.
Há-de ser a Natureza, a musa do meu canto,
o bosque onde passeio
a perenidade deste encanto.
Há-de ser o silêncio, a asa deste voo líquido,
na altura que estremece,
a lonjura que não alcanço, e a paz me aquece.
Há-de ser o púrpura do sol-posto
onde se dilui a tempestade de estrelas ,
flores noturnas,
no seu manto .
Há-de ser o limite das palavras, o meu grito de liberdade
o meu tempo sem idade.
E será numa alvorada, ao despertar
que cantarei o meu hino de alegria
num louvor e vitória à vida
nesta forma de ser e estar.
Manuela Barroso
3 comentários:
Olá, querida amiga Manuela!
Poetar é ser e estar no mundo de forma posicionada como a poetisa aqui faz cada vez que se põe a serviço das letras encantadas.
Tenha dias inspirados após comemorarmos o Dia Mundial da Poesia!
Beijinhos fraternos
"[...] E será numa alvorada, ao despertar
que cantarei o meu hino de alegria
num louvor e vitória à vida
nesta forma de ser e estar."
Inclino-me diante deste fecho que tudo diz.
Excelente Poema a Celebrar o Dia da Poesia, que queremos seja sempre lembrado por Homenagem a tod@s aquel@s @s que sentem e dizem nesse modo de comunicar.
Parabéns, Manuela Barroso.
Beijo,
SOL da Esteva
Poema que nos dá a possibilidade de vislumbrar
a Poesia em todas as suas facetas.
Termina com versos que mostra a possibilidade
de cantar a vida com alegria.
Beijinhos, cara Manuela.
Olinda
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