Chamo-te no timbre dos ventos, no som
cavado das montanhas.
Respondem-me baladas de violinos no contrabaixo da serra.
Subo. Voo nas asas das aves emplumadas
de nuvens e arrasto o coro que sopra da terra
para os picos da serra.
Sou a gota sobrevoando os vales verdes, errante,
sou nascente e primavera, sou voz que treme na
harpa, ecoando no sibilar límpido dos regatos.
Chamo-te no cântico sereno das cores onde a música da vida se funde nos olhos das flores.
Rodeiam-me os anéis do tempo, num contínuo caminhar,
ora lento ora sonolento, mas insisto com a mão leve deste
sopro sedento.
É noite na minha aurora, quero esperar pelo sol,
derreter a minha neve
ser água correndo lá fora.
E chamar-te-ei na liberdade do vento
na quietude que demora.
Sou a prisão do meu peito
na voz muda do pensamento.
Manuela Barroso,in “ Luminescências “ Seda Editora
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6 comentários:
Boa tarde de Paz, querida amiga Manuela!
"Quero esperar pelo sol,
derreter a minha neve".
Muito lindas as metáforas que poetou aqui.
A fluidez do poema está um encanto.
Um correr do amor no leito do coração.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos
A cada leitura aqui, só aplausos podem vir! Lindo! Beijos,tudo de bom,chica
Poema iluminado da arte Manuela. Conheço bem estes chamados no mergulho dos sentimentos nas noites fundas de pura introspecção. Voa Manuela belamente na poesia.
Meus aplausos Manuela.
Um feliz fim de semana na luminescencia.
Bjs de paz amiga.
Querida Manuela
As vozes da natureza aqui em uníssono, de par
com a voz do pensamento e do talento que
fazem deste belo poema metafórico um conjunto
dos mais belos que já escreveu.
Beijinhos
Olinda
Na prisão do teu peito guardas todas as palavras e todos os silêncios que te permitem fazer poemas assim, tão cheios de sensibilidade e delicadeza. Magnífico, minha querida Amiga Manuela.
Tudo de bom. Um beijo meu.
Muito lindo, Manuela!
Um poema delicado e gentil onde as metáforas dialogam entre si com muita desenvoltura. Quando crescer, eu quero aprender a escrever assim.
Bjssssss, marli.
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