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quinta-feira, 26 de junho de 2025

Tua Imagem

 




Escrevo a tua imagem na fantasia
dos meus dias.
As minhas mãos são agora o cinzel
que contorna o barro para esculpir o teu corpo.
Arredondo as formas,
aperfeiçoo os traços,
escrevo as feições do
teu rosto.
Quero delinear a tua boca, dar voz
aos teus lábios e fico presa à imobilidade,
incapaz de dar vida ao teu sorriso.

Sorrio na esperança de ultrapassar o meu limite.
Em vão.
Recorto os teus olhos,
levanto-lhe as pálpebras imaginando o teu olhar. Mas é longínquo, distante,
inexpressivo, impessoal.

Não consegui transmitir vida, não consegui ler o amor,
no amor de esculpir-te.
Desiludida, senti a insignificância
na insuficiência e incapacidade de dar-te vida.

Desenhei-te uma túnica, vesti o teu corpo com o meu olhar
e guardei a  estátua de ti na distância das minhas memórias.
Ficaste no tempo, na espuma de uma história.


Manuela Barroso
(Todos os direitos reservados )


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