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sábado, 15 de dezembro de 2012

Outono amarelo





Na amálgama das horas que se alongam em fios de chuva inquieta,
atravesso o mundo na vidraça dos meus olhos, coado pelo sereno olhar
amarelo destas folhas deitadas que me fitam.
E há uma retórica numa linguagem muda mas levemente percetível,
numa simbiose de pensamentos ambivalentes neste caminho percorrido...
- A diferença está na cor- respondo.
- A semelhança está no tempo- retorquiu
Entre a neve que vai cobrindo a serra e os amarelos suaves que descem
a copa das encostas, vive-se a saudade de um tempo que finda numa
ácida despedida.
E olho o pensativo relvado de ondas paradas, cravejado de delicadas
anémonas que ora se enrolam, ora se distendem, dispostas à mercê da
delicadeza do vento que as embala na suavidade dos braços outonais
E tudo fica perfeito sem os artefactos geométricos, sem a pintura
premeditada de uma qualquer maquilhagem na pele deste chão.
Nem o mais belo âmbar amarelo...igualará a beleza da simplicidade
na humildade de quem aceita perder-se um dia na lama,
antes de ser beijada pela chuva.
.E o frio cáustico da neve congela este branco que vai invadindo
a montanha penetrando na alma...
E passeia-se um estado de quietação na aceitação do frio
que vai invadido a as entranhas numa purificação de
sentidos e desejos de paz.
E enquanto um sol tímido avivava ainda mais este tom esmaecido
tão terno, olhei os braços que iam ficando cada vez mais nus,
sem amarelo e sem neve: apenas o suporte conformado e pacífico
destas estátuas numa aparente inércia, indiferentes ao afiado vento leste.
Mas a neve continuará na montanha...
Regará e refrescará a terra.
E o esmeralda das folhas voltará em cada primavera.
Porém,
já não serei quem era!

Manuela Barroso
Fotos Pessoais "Da minha varanda"




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Parabéns Rosa Maria (Solidão)




Minha querida Rosa Maria (Solidão)

Gostaria de cobrir o teu chão de rosas
nestes poentes de dezembro taciturno.
Mas já não tenho as minhas rosas para
cobrir -te com um manto de pétalas
quando partilhas os teus poemas longínquos, 
lavados com a nostalgia da tua planície longa onde
as serras são o cume das searas, balouçando ao
ritmo dos cantos alentejanos.
Mas dou-te o branco da minha Serra, onde escreverei
os teus poemas e pintarei lá a tua imagem!
As flores, reservo-as para ti neste dia
tão especialmente teu, querida Rosa Maria!
És uma pessoa incrivelmente linda, amável  
que tanto estimo e de uma sensibilidade
incrivelmente bela  e que admiro.

A minha singela homenagem em palavras
que sinto e em flores que não são as do meu jardim.
Gostaria de retribuir os carinhos como os que tiveste
a delicadeza de oferecer-me. Mas não tenho essa arte.
Recebe entretanto um beijinho por cada letra
nas flores que escolhi para ti,
o meu  imenso e terno abraço de parabéns!




Toda a felicidade do mundo
com paz no coração!

 Muitos Parabéns! Muitas Felicidades!

Manuela Barroso