na música que abriga a simetria do infinito.
Explica-me, amado, o segredo da harmonia
que se adentra no coração destes sons eflúvios
que levam as penas da alma e abrem o sorriso
das pupilas, num alerta que se rende ao encanto
deste voo onde se reverencia a ave que se esconde
dentro de cada célula.
Um voo que se eleva para além da física dos sons
e semeia silêncios de lagos de longas horas.
Nada entendo, senão o êxtase de te ouvir
no compasso flutuante das flautas e violinos
que me prendem a um espelho que me ofusca,
me apaga.
Basta - me o mistério deste grito interior,
num misto de cumplicidade e alegria,
dor e saudade
que se exaltam neste incêndio de magia
como se não fora realidade.
Manuela Barroso , in "Luminescências"