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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sons



  Meus ouvidos pousam na paisagem dos meus olhos.
Os sons longínquos, os murmúrios inaudíveis escrevem memórias
esquecidas no tempo.
 Desperto com este balbuciar de vozes escritas
no inconsciente que desenham hoje aguarelas musicais
e que ecoam no espaço de mim , no leito da minha pauta!
Neste rosário de sons, ouço a minha paisagem com notas difusas e que
 o tempo não apagou...
Continuam numa vibração contínua, incessante, numa sonata só inteiramente
decifrável por mim.
E os olhos percorrem a paisagem que os ouvidos escreveram,
fixando-se no vazio
 à procura dos sons,
que passeiam pelo espaço,
 indefinidamente...
                                                                            
                                                                                Manuela Barroso