Voas como ave desesperada de encontro
à casa do Infinito.
A noite é o teu refúgio.
Foges de ti para te encontrares. Mas só encontras
solidão.
A tua casa enche-se de muros que não deixam penetrar
os teus murmúrios
E quero-te aqui.
Voa como os pássaros e encontra a leveza das penas
na alegria do manto das estrelas.
Caminha e varre o chão com o Amor dos teus pés.
Fixa o horizonte e traz-me candeeiros de purpurina
para celebrar a tua chegada.
A luz será a tua porta algures na neblina.
A música o teu caminho com revoadas de andorinhas meninas.
Traz-me rosas para colorir os teus olhos
incenso de violetas para perfumar a tua casa.
Nas mãos, o pão de cada dia
E mais flores nas tuas asas, para mim.
Eis tudo.
Só. Assim.
Manuela Barroso - “Luminescências”