Trago nos olhos a alegria da tarde.
Florescem violinos no silêncio harmonioso dos teus
lábios
recortados pela suavidade da melodia.
Enfeito os cabelos de orvalho com grinaldas de
glicínias
e atravesso densos juncais à procura do fogo do
crepúsculo
consumindo-se na noite.
Quero a mão das estrelas sem lua.
Noite com velas.
Disperso-me na escuridão e quero o voo plano da
águia
com saudade das alturas contornando o assombro dos
abismos.
Manuela Barroso, "Eu Poético"