Vladimir Volegov |
cantarei na embriaguez da alegria
a fertilidade da aurora em silêncios de madrugada.
Iluminarei o carvão da noite com a luz de violinos de fogo,
tocando cândidas flores no lirismo das minhas tardes.
E
Derramarei fogos de incandescentes transparências
em ardentes pétalas de luz bordadas em coroas de músicas
que preencham corações vazios.
Porque enquanto há vida, haverá primaveras
de pólen colorido nas ogivas luminosas do dia
e no lago quieto da noite.
Farei nascer sorrisos em corolas de crianças felizes
com eternidades de alegria nos dedos macios,
segurando pétalas meninas em relâmpagos de mulher,
que afaga em braços maternos, dores invisíveis
de farrapos humanos!
E olho os trapos da humanidade em candeeiros noturnos
e perco-me no infinito de mim.
E descerão estrelas,
flutuarei com elas!
Quero acreditar neste meu céu onde se acalma o silêncio do dia
envolto em magia
porque enquanto há vida tudo se alumia
nas trevas do tempo que libertará solidões
como tempestades de vento.
Neste sono da vida que dorme, desperto com o ruído das fontes.
Deitar-se-à a liberdade no poente calmo dos extensos vales,
no cume vazio dos montes!
No horizonte que persigo na solidão do silêncio das gentes
mudas, presentes
tão quietas, ausentes!
Mas enquanto houver vida, meu irmão, minha amiga,
não me dou por vencida.
Rasgarei cortinas com punhais de fogo
em velocidades inquietas, em ansiedades de esperança.
E vibrarão vendavais de música,
em sorrisos de criança.
Em teclas de amor
tocarei hinos de redenção
e farei desta sonata
orquestras de prata,
para ti, meu irmão!
Porque sempre haverá vida!
Assim.
Também
em mim!
Manuela Barroso