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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Nascentes...


Rasga-se a terra
Nascentes pacatas gorgolejam
no silêncio incessante da montanha
em gestos frenéticos
com ímpetos de alegria.
Voam gotas verdes
na vegetação diamante
em reflexos boreais.
As mãos palpam cristais líquidos
de pedras transparentes caiadas de verde.
Na madrugada do sol
deslizam silêncios de orvalho
em frisos de diamantes redondos.
Submergem dos regatos vozes de ervas
sorrindo reflexos azuis,
numa corrida cristalina e fluida
no assombro do sonho, à procura do destino
Uma viagem vagabunda
selvagem
entre  virgens florestas e flores
numa corrente agora mansa
com labaredas de preguiça irrefletida
na vertigem
e na embriaguez das cores.
O caminho perfuma-se de sol
e extasia-se em delírios
nas asas misteriosas das borboletas.
E atravessa o pórtico do assombro
num deslumbramento e fascínio
na visualização de sedas
que vestem pétalas sensuais e sedutoras
E nesta incandescência do dia
Nasciam nos olhos da nascente
Palavras incompletas de poesia.

Manuela Barroso

Pintura-Lucia Sarto