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domingo, 1 de novembro de 2020

Hoje

                       Da net
Hoje, não cantes a primavera que nasce nos outeiros.
Chovem outonos em mim com folhas secas pelo meio.
As rosas perderam a cor,
os lírios perderam asas
as aves perderam chuvas de penas, na pena do desamor.
O sol emudeceu a luz,
as nuvens já não cavalgam no céu.

 
Quero tréguas neste trepidar da calma
que foge, que me arrasta.
Deixa uma vez, a solidão morar comigo
na casa que construiu
nos marfins das noite sem estrelas.
 
Quero a paz da luz, a alegria da noite no refúgio
da solidão.
Quero ninhos no silêncio das alvoradas,
acordar no linho dos lençóis
despertar com  o sorriso do orvalho
na frescura das  madrugadas.
 

Manuela Barroso

 

 

 

 

 


19 comentários:

Mar Arável disse...

Há dias que nos doem
mas sempre florescem ninhos no silêncio
das alvoradas
Excelente o seu poetar
Bj

" R y k @ r d o " disse...

Poema e imagem simplesmente brilhantes. Pura fascinação poética.
.
Domingo feliz
Cumprimentos

chica disse...

Tão lindo,intenso e doce ao mesmo tempo o teu querer em versos expressos!Adorei! beijos, tudo de bom,chica

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de domingo, querida amiga Manuela!
Adorei a alegria dos orvalhos da manhã... Bem assim.
Lindo poema onde a poetisa pede a gentileza de poder viver seu tempo interior. Amei.
Tenha uma nova semana abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Graça Pires disse...

"Quero tréguas neste trepidar da calma
que foge, que me arrasta."
Porque há silêncios que cansam. Porque a vida é mais do que um dia atrás do outro. Porque a alegria do coração é o que nos salva...
Lindíssimo, minha querida Amiga Manuela. Cuida-te bem.
Um beijo enorme.

MARILENE disse...

Seus poemas são construções magníficas, Manuela. A agitação interior que nos arrasta para não sei onde pede alento em seus versos. Um alento traduzido por um refúgio de paz, na solidão. Muito belo! Bjs.

A Paixão da Isa disse...

maravilhoso com foto linda que acompanha bjs saude

Ana Freire disse...

Que lindo, Manuela! Estou lendo e relendo!...
O desalento traduzido de uma forma tão marcante, e tão bem traduzida em cada uma das suas poéticas palavras!... Temos direito a tê-lo nas nossas vidas... é mais forte que nós, em determinadas circunstâncias da vida... apenas não podemos consentir que permaneça por muito tempo... saibamos acolhê-lo naqueles dias, em que recobramos forças... para o lembrarmos... de que não é um convidado bem vindo... para longas estadias, pelo menos... mas hoje... só hoje... pode ficar! Amanhã... será outro dia!... Para mudarmos a perspectiva do que nos angustia...
Como sempre, um poema intenso e profundo, de leitura deliciosa, e tocante!
Beijinhos! Votos de uma boa semana, com saúde e a tranquilidade possível, nesta fase... que também ela, há-de passar!...
Ana

Elvira Carvalho disse...

Andamos todos a precisar de tréguas. A vida que sonhamos mãe amoroso tornou.se na madrasta má.
Abraço e saúde

Majo Dutra disse...

Maravilha de poema, querida amiga!
Imagens, metáforas, analogias e antíteses em catadupas muito belas.

No entanto, este Outono parece uma primavera prolongada,
o que não é nada auspicioso!
Tudo pelo melhor. Abraço grande.
~~~~~~~~~~~

João Santana Pinto disse...

Por vezes há "outonos" em plena "Primavera"... em todo o caso, uma escrita assim, mesmo se a retratar um momento de tristeza acaba por iluminar a mais escura das salas.

Gostei muito, votos de boa semana

A.S. disse...

Tão belo Manuela e tão real!...
Mas... como confrange a solidão, quando tudo se decompõe na imagem que nos gasta até esvair-se, roubando cada dia mais um pouco de nós!
Lembra Manuela, o destino (?) reservou para nós a melhor companhia. A POESIA!
É ela que nos aconchega em todos os momentos e nos lembra que vale a pena sonhar, até ao fim!

Um brande abraço, Manuela!

Maria Rodrigues disse...

No outono das nossas vidas, tem dias em que o silêncio e a solidão envolvem e acorrentam a nossa alma.
Um poema sublime
Beijinhos

Ailime disse...

Boa noite Manuela,
Um poema muito belo.
Todos desejamos tréguas da escuridão que nos avassala e acordar num novo dia em que a luz e os sorrisos nos apaziguem a alma tão cheia de sombras.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime

Toninho disse...

Outonalmente bela toda inquietação de uma noite nos linhos dos lençóis. Outono aconchego e melancolia à luz de uma vela, que aquece e afugenta sensações embaraçosas da mente. É outono, há poesia elegante da sensibilidade tão Manuela a nos polvilhar poesias.
Obrigado querida Manuela por uma deliciosa leitura de seu Outono.
Beijo amiga.

Teresa Almeida disse...

O poema leva-nos por caminhos de silêncio. Como quem pede um tempo de reflexão para poder voltar à vida.
A tua poesia parece acompanhar os ciclos da natureza. É ela o teu apoio. Já sabes como esse trilho me entusiasma.

Beijo, querida amiga Manuela

Emília Pinto disse...

Dia 1 de novembro já passou, dia que sempre nos deixa mais tristes pelo significado que lhe foi atribuido, mas este ano ele foi demasiado dolorido para muita, muita gente que não pode manifestar o seu pesar juntinho daqueles que já partiram. Costumava dizer que para mim esse dia era indiferente, mas agora, os seres mais importantes da minha vida partiram e todos os dias passaram a ser diferentes e, este, em especial mais sofrido; olho-os com saudade nas fotos espalhadas pela casa, fotos que representam momentos felizes de todos nós e isso, querida Manela,consola-me; nada foi tirado do lugar, pois quero ter sempre presente o sorriso deles esquecendo-me assim que uma lage fria os cobre, lá longe, no país que os recebeu e onde, sabemos gostariam de ficar É a lei da vida e temos de a aceitar. Amiga, há muito que não vinha aqui, mas, não por esquecimento; estes momentos que o mundo está a viver, dificeis e com consequências tão graves, inevitavelmente nos tiram o ânimo e, por mais que tentemos, não conseguimos sorrir como antes; há muito sofrimento à nossa volta e não devemos fingir que não o vemos. Beijinhos, Manuela e desculp a nostalgia; espero que estejam todos bem de saúde e que a pequenina te alegre os dias com as suas gracinhas.
Emilia🌈🙏🌷

SOL da Esteva disse...


Hoje e sempre
"[...] Quero a paz da luz, a alegria da noite no refúgio da solidão.
Quero ninhos no silêncio das alvoradas,
acordar no linho dos lençóis
despertar com o sorriso do orvalho
na frescura das madrugadas."
Quero, como tu, o sossego da Alma.
Magnífica expressão de Poesia e sentimento vivo.
Amei.
Parabéns, Manuela


Beijo
SOL

Margarida Pires disse...

Olá minha querida amiga Manuela!
O sol emudeceu a luz, as nuvens já não cavalgam no céu.
Assim o mundo se sente, solitário e escurecido!
Assim como todos os corações ao vento!
Beijinho de luz!🌾🌼🌾
Megy Maia🌈