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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Invento-te...



 Invento-te nas manhãs claras
que ainda dormem em sonhos liquefeitos.
 Arredondo os braços
 que procuram as noites
 também inventadas à procura de outro tempo.
O manto da minha pele
 cobre os segredos proibidos de uma casa que não é tua!
E o meu peito é agora um planalto
onde as nascentes secaram
matando de sede todas as flores por nascer...
Não nasceram flores, nasceram cactos,
continentes de água,
 que guardam as flores esquecidas do meu jardim.
E invento-te nos lábios das ondas
que pronunciam o teu nome embrulhado
na espuma branca da lua.
Inventar-te-ei ainda
quando o nevoeiro te esconder
 no regaço da noite onde me deito,
neste vapor de água de que é feito
para te sentir
mesmo sem te ver...

                         Manuela Barroso, " Eu PoéticoIII "