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domingo, 24 de janeiro de 2016

Trago





Trago nos olhos a alegria da tarde.
Florescem violinos no silêncio harmonioso dos teus lábios
recortados pela suavidade da melodia.
Enfeito os cabelos de orvalho com grinaldas de glicínias
e atravesso densos juncais à procura do fogo do crepúsculo
consumindo-se na noite.
Quero a mão das estrelas sem lua.
Noite com velas.
Disperso-me na escuridão e quero o voo plano da águia
com saudade das alturas contornando o assombro dos abismos.

Manuela Barroso, "Eu Poético"