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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Que sabes tu?


 Volegov

Que sabes tu do cântico do leito dos rios
e das águas frescas na vertigem do calor ?
As margens são as varandas, onde no verão
poisam as libelinhas nos beirais dos choupos
em flor.
           
Vem, não te percas nos caminhos
colhendo o canto das cotovias
que correm de ramo em ramo,
louvando a luz do dia.

E quando chegares ao açude
compara  a desdita dos desventurados
com o sussurro   das cachoeiras,
rumorejando a alegria das
nascentes distantes,
que mesmo hoje no flagelo da guerra
correm frescas e cantantes como antes.


Manuela Barroso, in "Luminescências"


Livro disponível em:

http://www.sedaeditora.pt/loja/prod/manuela-barroso-manuela-barroso-luminescencias/9789895443246/


15 comentários:

Larissa Santos disse...

Um poema sublime :))

Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira

Larissa Santos disse...

Um poema sublime :))

Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira

Majo Dutra disse...

Belíssimo, Manuela!
Pura poesia telúrica.
Por acaso, percebo pouco de rios, mas tive um amigo
blogueiro da serra apaixonado...
Gostei muito.
Dias muito agradáveis.
Beijinhos
~~~~

Roselia Bezerra disse...

Boa Noite Outonal, querida amiga Manuela!
Uma delicadeza de alma em cada poema seu... refrescante, doce e sinestésico. Senti até o borbulhar das águas, querida.
Lindo demais!
Tenha uma nova Estação abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Olinda Melo disse...


Sim, é irmos sem detença, porque a vida não espera.
E por mais que nos consideremos "desventurados"
haverá ainda alguém para quem a vida se apresente
mais ingrata.

Apreciemos os campos, as flores, os rios, as
florestas, os pássaros e tudo o que o Universo
nos oferece e a que muitas vezes não ligamos.

Um poema belíssimo, querida Manuela.

Beijinhos

Olinda

P.S. Consegui aceder ao link. Obrigada. Bj


Toninho disse...

Onde mora a leveza, há delicadeza e a poesia faz de suas magias.
Muito lindo poetisa amiga.
Beijo e feliz fim de semana com paz e alegria.

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz de Primavera, querida amiga Manuela!
Tem carinho para nossa querida Lourdes e você aqui:
https://espiritual-marazul.blogspot.com/2019/09/amorosa-homenagem.html#comment-form
Tenha uma tarde abençoada de Primavera!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Graça Pires disse...

"Vem, não te percas nos caminhos
colhendo o canto das cotovias
que correm de ramo em ramo,
louvando a luz do dia."
Quem pode resistir ao teu apelo de beleza, Manuela?
Mais um poema belíssimo do teu livro que, espero, esteja a fazer um bom caminho junto dos teus leitores.
Uma boa semana.
Um beijo.

Giancarlo disse...

Poesia e immagine bellissime.
Concordo con te.
Buona giornata.

Elvira Carvalho disse...

Mais um belíssimo poema dum livro que desejo seja um grande sucesso.
Abraço

Manuel Veiga disse...

poema belíssimo, que ilustra bem o teu "universo" poético e o teu elevado padrão de qualidade.

saio sempre encantado, Manuela, sempre que aqui venho
beijo, minha querida amiga

Emília Pinto disse...

O que sabemos nós, dos mistérios que nos rodeiam, que sabemos nós dos ciclos perfeitos da natureza e o que sabemos nós da mente humana? Sabemos muito pouco, ou melhor, não sabemos nada! O que sabemos, porque vemos e revemos a cada dia é que o homem , desde sempre , faz as guerras e , nós, impotentes vemo-nos no meio delas, mesmo que não ouçamos de perto o estrondo dos canhões, o grito dos inocentes tentando encontrar as margens de um rio onde antes corriam águas limpidas e frescas sempre prontas a matar-lhes a sede. Não sei se neste flagelo das guerras elas correm como antes; não sei se conseguirão, os desventurados , alcançar as margens, não sei se as águas, antes cantantes, serão o que necessitam para sarar as feridas, para matar a sede, para serenar um pouco as suas almas desfeitas por tamanho terror. Uma coisa eu sei, perante tanta desgraça, temos de agradecer à vida as pequenas belezas que encontramos a cada passo que damos e olhar para elas com admiração, pois não sabemos quanto tempo teremos para as apreciar. O que eu também sei é que este Anjo Azul me quer muito bem e que há muito deveria ter vindo visitá-lo e dizer-lhe que pode contar sempre com a minha sincera amizade. Um beijinho, querida Manuela e um bom fim de semana
Emilia

Kasioles disse...

Bellísimo poema que nos invita a reflexionar sobre lo misteriosa que puede ser la mente humana, a veces, incomprensible.
Ha sido un placer leerte.
Cariños y buen fin de semana.
kasioles

Teresa Almeida disse...

Ouço teu cântico com fervor. Sabes que é um ambiente me fascina porque sou ribeirinha, raiana ... e gosto de te ver colher poesia de galho em galho.

Beijos, minha querida amiga Manuela.

Mar Arável disse...

Incomensurável a sua poesia
não pelas palavras
mas pelo seu encanto sublimado
Bj