Acende as velas da rua
o torpor silenciou a grafia do luar
Fantasmas de luzes
rastejam
na insónia das pedras
no abandono húmido do pó
É o deserto que guarda agora
os segredos destas ostras
ocas de solidão.
Dormem indefesas nas micas luzidias
em corais de saudade
são as pérolas do chão.
Manuela Barroso, in” Laços- Dueto” Editora Versbrava,
2014
11 comentários:
Gostei.
Abraço
No deserto também há flores
Bj
Um poema garimpado ao torpor, à solidão, à saudade ...
Uma pérola num corolário de um excelente caminho poético.
Beijinho, querida Manuela.
e assim haverá luz
a que por vezes nos falta
beijinhos
bom final de semana
:)
A luz difusa torna-se um mistério
Sempre que as sombras alonguem seus dedos.
Se sol e água te são refrigério
Arma-te da concha. Livra-te dos medos.
Beijo
SOL
Somos mesmo as pérolas do chão... ansiando por um pouco mais de céu... muitas vezes... sem muito fazer para o merecer, ou alcançar...
Uma abordagem lindíssima... do nosso viver... apesar de vivermos em grandes aglomerados... quantos de nós se sentem ostras ocas de solidão?...
Maravilhosa inspiração, Manuela!
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana
Onde não há luz não há vida...
O que é curioso é que estão a acender as velas em Fátima enquanto comento o teu excelente poema.
Gostei imenso, pois claro.
Bom fim de semana, querida amiga Manuela.
Beijo.
Boa noite, querida Manuela,
lindo seu poema, mesmo não vivendo sozinhos, às vezes nos sentimos só, como ostras ocas .
Tenha um feliz dia das Mães!
Grande abraço!
Solidão que assola tantas vidas, visionando fantasmas do que teria sido e não foi. Num mundo globalizado, percorrendo caminhos pejados de gente é possível, sim, encontrarmo-nos sozinhos.
Bom fim de semana, cara Manuela.
Bj
Olinda
belo colar de palavras
como pérolas!
gostei muito
beijo
Luz, chama, calor. Quanto necessidade há desta trilogia que, embora se possa associar ao mesmo campo semântico, são sustentáculos de diferentes estados de vida.
Meu aplauso!!!
Bjinho, amiga 💓
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