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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Acende as velas



Acende as velas da rua
o torpor silenciou a grafia do luar
Fantasmas de luzes
rastejam
na insónia das pedras
no abandono húmido do pó

É o deserto que guarda agora
os segredos destas ostras
ocas de solidão.
Dormem indefesas nas micas luzidias
em corais de saudade
são as pérolas do chão.

Manuela Barroso, in” Laços- Dueto” Editora Versbrava, 2014



11 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Gostei.
Abraço

Mar Arável disse...

No deserto também há flores
Bj

Teresa Almeida disse...

Um poema garimpado ao torpor, à solidão, à saudade ...

Uma pérola num corolário de um excelente caminho poético.

Beijinho, querida Manuela.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...


e assim haverá luz
a que por vezes nos falta
beijinhos
bom final de semana
:)

SOL da Esteva disse...

A luz difusa torna-se um mistério
Sempre que as sombras alonguem seus dedos.
Se sol e água te são refrigério
Arma-te da concha. Livra-te dos medos.


Beijo
SOL

Ana Freire disse...

Somos mesmo as pérolas do chão... ansiando por um pouco mais de céu... muitas vezes... sem muito fazer para o merecer, ou alcançar...
Uma abordagem lindíssima... do nosso viver... apesar de vivermos em grandes aglomerados... quantos de nós se sentem ostras ocas de solidão?...
Maravilhosa inspiração, Manuela!
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

Jaime Portela disse...

Onde não há luz não há vida...
O que é curioso é que estão a acender as velas em Fátima enquanto comento o teu excelente poema.
Gostei imenso, pois claro.
Bom fim de semana, querida amiga Manuela.
Beijo.

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Boa noite, querida Manuela,
lindo seu poema, mesmo não vivendo sozinhos, às vezes nos sentimos só, como ostras ocas .
Tenha um feliz dia das Mães!
Grande abraço!

Olinda Melo disse...


Solidão que assola tantas vidas, visionando fantasmas do que teria sido e não foi. Num mundo globalizado, percorrendo caminhos pejados de gente é possível, sim, encontrarmo-nos sozinhos.

Bom fim de semana, cara Manuela.

Bj

Olinda

Manuel Veiga disse...

belo colar de palavras
como pérolas!

gostei muito

beijo

Odete Ferreira disse...

Luz, chama, calor. Quanto necessidade há desta trilogia que, embora se possa associar ao mesmo campo semântico, são sustentáculos de diferentes estados de vida.
Meu aplauso!!!
Bjinho, amiga 💓