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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Donde nascem

 



 
Donde nascem esses olhos rosa
tatuados de música? De que penhascos
são feitos os instrumentos que atravessam
os desfiladeiros desafiando os voos
 
dessas notas musicais numa sinfonia azul?
De que matéria é feito o som que se 
transporta tão suavemente para esse
abismo donde não quero sair?
 
Junta todas as notas musicais  
na pauta da alma para que toque
a orquestra que os ouvidos se neguem  
esquecer. Que seja perene o arrebatamento
 
que emprenha a alma com esse canto
em uníssono e que fique escrito no teu rosto
os hieróglifos suspensos na sombra da tua
voz segredando baixinho as sombras  no
 
espelho do teu caminho. É que se soltam
notas veladas tão calmamente do peito
e num monólogo tão intenso, que os crisântemos
são o leito onde serenamente me quero silenciar,
deitando-me nas ondas, e nesta sonolência, repousar.
 
 
 
Manuela Barroso
 

 

 


8 comentários:

Graça Pires disse...

Ouço a tua sinfonia azul numa música tão bela que os meus ouvidos se negam a esquecê-la. E saio silenciosamente com uma braçada de crisântemos que me segredam baixinho que a inocência da infância voltará.
Belíssimo e muito inspirador o teu poema, minha querida Amiga Manuela.
Muita saúde.
Um beijo enorme.

Ailime disse...

Boa tarde Manuela,
Um poema belíssimo em que a Poeta se interroga sobre tantos enigmas que nos envolvem.
«Que seja perene o arrebatamento
que emprenha a alma com esse canto».
Gostei muito.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime

A.S. disse...

Muito belo o teu poema Manuela!

Tu, música intensa, sinfonia azul
voando sobre os abismos nas asas dos anjos!
Vasta e envolvente como o seio materno
alimentando o corpo como um doce e fulminante veneno,
como um poema ciciando na minha língua.
Serpenteia pelo meu corpo,
ofereço-te uma morada de prazer
onde possas compor as mais belas melodias.
Toca-me o corpo… a alma,
até que o teu veneno me fulmine!...

Isto digo eu... mas Schopenhauer disse assim:
“O correr das águas, a passagem das nuvens, o brincar das crianças, o sangue nas veias.
Esta é a música de Deus.”

Um beijo querida amiga e um resto de semana agradável, apesar da chuva...

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Manuela!
Na sinfonia azul, percorre-se caminhos serenos belíssimos.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos

Elvira Carvalho disse...

Um belíssimo poema, estas notas que juntas se tornam a sinfonia azul.
Abraço, saúde e uma boa semana

Juvenal Nunes disse...

É sempre um gosto ler os seus textos, onde é patente uma beleza estética digna de realce.
Saudações poéticas.
Juvenal Nunes

Majo Dutra disse...

Uma profusão de imagens que deleitam todos os sentidos...
Muito belo, querida Poeta. Beijinhos.
~~~~~~~~

Ana Freire disse...

Pura inspiração em crescendo... neste fantástico e musical poema, Manuela!
Para ler e reler!... E continuar a apreciar!!!
Um beijinho grande!
Ana