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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

À Deriva sem margens

 



 

 
Estou cansada!
Já não sei nem ouso coisa nenhuma
porque cansei de depender
ter que escolher ter que dar
sem ouvir a razão o bater do coração  
de ter que repetir
cansada da publicidade das inverdades
"ratings" inflação desorganização
Banalização do amor da morte da dor da promiscuidade
do poder financeiro do poder político da corrupção
sem solução
e dar… dar… dar sem que eu queira sem perguntar
se quero se posso...
E guerra tanta guerra por tudo por nada
crianças velhinhos almas penadas
sem tudo com nada
 
Cansei!
Uf! Que cansada!  
 
E queria tanto a paz construir paz partilhar paz
Mas o ruído é tanto...que não me ouço mais!
Estou cansada muito cansada!
 
Partilhei o turbilhão
agora a procura de abrigo
para  descansar no silêncio
esta inquietação.
 

 

Manuela Barroso


 

 

 


6 comentários:

Toninho disse...

Vivemos um bombardeio de inquietações com nossos sonhos camuflados diante o poder, dos que sem alma e coração destilam o ódio em suas ações beligerantes sem pena.
Não tem como ficar calado diante dos desmandos e do sofrimento disseminado pelo mundo.
Bravo Manuela sentimento à flor da pele, mas desanimo nunca.
Feliz semana amiga.
Beijo de paz no coração.

chica disse...

Muito lindo o poema,Manuela!
Realmente por vezes cansamos de tantos "ruídos" que cercam nossos dias, tantas solicitações, tanto a fazer e resolver... Ficou linda tua inspiração!

beijos, tudo de bom,chica

Majo Dutra disse...

Também é o meu sofrimento e de tantos... É de mais!
Poema oportuno e pertinente... Conclama um grande grito em uníssono.
Rebusquemos a esperança! Abraço, querida Manuela.
~~~~~~

Elvira Carvalho disse...

Estamos todos cansados e desiludidos com o caminho que a humanidade está a trilhar.
Abraço e saúde

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Manuela!
Vamos cansando com tanta barbaridade que nos ronda.
A imagem expressa bem o sentimento à deriva que andamos os que buscam a paz.
Vamos ter fé que tudo vai melhorar
Poema de intensidades.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos

Ana Freire disse...

Identifiquei-me tanto com as suas palavras, Manuela!
Este foi um ano, que também me desgastou emocionalmente!
Uma guerra... a seguir a uma pandemia, com todas as ansiedades inerentes... quem estava preparado para tal?...
Sempre tão profundamente enriquecedor, ler os poéticos trabalhos, Manuela!
Um beijinho grande!
Ana