christine schloe |
Chovia
a noite na transparência
serena e doce do olhar do orvalho
confidenciando
com a melodia acre
de gotas
sonoras.
Na
cortina da bruma, ainda mais baça,
bailava
o mistério da invernia sedenta
de
fome na procura insaciável da seiva
das
palavras.
Nas
mãos das árvores desprendem-se
ocasos
nascidos do ventre da terra.
O
silêncio nasce no espaço da incerteza
do
destino da manhã.
Iluminam-se
corpos na caverna da noite
com
vazios de ventos, de luzes difusas,
prolongando-se
em nevoeiros inquietos.
E
os segredos noturnos dormem nas veias
agitadas
das árvores e no coração das pedras,
abrigadas
na glorificação da beleza
de
sombras inquietas.
Manuela
Barroso, in “Laços”- Dueto -
14 comentários:
Beautiful illustration, and your poem, superb.
A noite. O lugar onde sobrevivem os poetas porque ela guarde-lhes todos os segredos e desejos... Apesar do frio. Apesar das sombras. Apesar do vento.
Um poema muito belo, Manuela.
Uma boa semana, minha Amiga.
Um beijo.
Olá, querida amiga Manuela!
Ah! Os segredos da noite...
O silêncio nasce no espaço da incerteza...
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm de paz e bem
Muito bonito! Grato pela partilha.
Bjs
Olhar d'Ouro - bLoG
Olhar d'Ouro - fAcEbOOk
Há pedras que brilham
na memória das noites mais escuras
Bj
assim as invernias que são húmus e mistério
e prenunciam a "glorificação da beleza" no coração das coisas inertes!
gostei muito, Manuela
beijo
As tuas palavras, querida Manuela, são o perfume do bosque.
É um prazer percorrer os teus caminhos. Apetece-me parar - um pouco - na eloquência do orvalho.
Beijinho, minha amiga.
a noite e seus mistérios
seu frio
seu medo
suas recordações
a noite...abrigo dos poetas
em completo desassossego ou inspiração...
belo momento de poesia com palavras cuidadas e elegantes
bom fim de semana.
beijinhos
:)
A noite com os seus segredos e os seus mistérios.
Maravilhoso poema.
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Dias de Invernia que temos tido apesar dos esforços da Primavera, tentando atravessar os ventos que fortemente sopram e assim iluminar os nossos dias com a beleza das flores, o canto do pássaros e o verde das árvores . E as noites frias chegam , como sempre, com o seu silêncio apenas quebrado pelo barulho das gotas de chuva caindo nos telhados; como sempre também, nos proporciona a noite momentos únicos de reflexão, de interessantes dialogos com o nosso eu, desvendando tantos segredos lá guardados, reavivando memórias do passado, algumas delas afastando o sono que tanto ansiavamos . Mas ele acaba por chegar e lentamente lá vamos nós fechando os olhos, afastando pensamentos, deixando entrar aquele silêncio no espaço da incerteza de um novo amanhecer. Se ele aparecer, será diferente, com outros momentos, outros ventos, outra noite, quem sabe... de invernia outra vez. Mas o sol chegará e a Primavera também. Um beijinho, querida Manuela e um bom fim de semana. Como sempre uma beleza esta tua poesia. Obrigada pelo momento caloroso, nesta manhã fria.
Emilia
Gostei do teu magnífico poema
em que relatas os teus sentires
numa noite de invernia.
Grata pela leitura.
Beijinho, Manuela.
~~~
Quando as invernias interiores... são tão perfeitamente ilustradas... pela inspiração e profundidade das suas palavras, Manuela...
Mais um trabalho de excepção, que é sempre um imenso prazer, descobrir por aqui...
Beijinho
Ana
Nesta invernia que li
o silêncio fala mais alto
no pulsar profundo
que atravessa a natureza
Como água que somos
nas vidraças da existência
pressente-se a ressonância obscura
da noite
Boa semana.
Se na noite bailam as criaturas, é certo que também vagam palavras que inspiram os poetas e se aglutinam numa bela evolução na construção de sentimentos vários e belos sobrepondo os vazios e os estados melancólicos. Só a poesia tem esta arte.
Linda inspiração Manuela que cabe tão bem no nosso Outono vigente.
Beijo
Vou agora ver o que tem de doçura no noutro blog seu.
Bom sempre vir aqui e deliciar nestas inspirações.
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