Jacek Yerka |
São cordas de violino as agulhas dos pinheiros.
Chorando,
são ecos de vozes
tateando as fímbrias dos montes.
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tateando as fímbrias dos montes.
.
A luz coa a acidez das
sombras no fogo das resinas,
definhando os nervos da terra
que geme no refúgio das grutas .
Aí cantam os morcegos
na felicidade da cortina das teias.
Ninguém escutará a voz
encostada aos olhos das nascentes;
só o rosto do granito erguido
no moinho solitário do vale.
Amanhece.
Uma chuva de sol
se espalha em delírio no orvalho das toupeiras
que rasgam a terra
em lábios verdes e floridos .
O pólen desce do campanário.
Mergulhando no chão,
outras flores virão,
fazendo dele um santuário.
Manuela Barroso
6 comentários:
Um belo poema, Manuela. O nascer de um novo dia, no esplendor da natureza.
Um abraço e bom Domingo
Um poema telúrico, vibrante e veemente...
Gostei sobremaneira da tela, apesar da pintura surrealista
não ser o meu forte... Como seria bom se por cada chaminé
se plantasse uma árvore...
Vou enviar correio especial.
Beijinhos.
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Esplendor e solidão.
A chuva de Sol, uma imagem
que aquece.
E a terra agradece a festa
de pólen que a povoará de
luz e cor.
Boa semana, cara Manuela.
Bj
Olinda
Um poema lindíssimo, onde transparece a serenidade e a força que emana da Natureza... com o seu incansável espírito de resiliência e renovação...
De maravilhosa leitura, como sempre!...
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana
Sob os pinheiros a natureza se refaz para nos encantar.
Belíssimo, Manuela.
Beijinho.
A erupção de vida que só quem tem a terra como mãe e como amigo (de D. Dinis) capta, é, neste poema, fome e alimento poético. Irmano-me neste belíssimo sentir, amiga!
Bjo :)
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