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domingo, 8 de novembro de 2015

Acende as velas




 Casas de Xisto- Lousã

Acende as velas da rua
o torpor silenciou a grafia do luar
Fantasmas de luzes rastejam
na insónia das pedras
no abandono húmido do pó
É o deserto que guarda agora
os segredos destas ostras
ocas de solidão.
Dormem indefesas nas micas luzidias
em corais de saudade
 
São as pérolas do chão.
 
Manuela Barroso,  in “Laços- Dueto”- Editora Versbrava
  

15 comentários:

Bob Bushell disse...

Loveliness. Absolutely stunning, the picture and the poem, gorgeous Manuela.

Elvira Carvalho disse...

Belíssima imagem e poema a condizer, numa simbiose perfeita.
Um abraço e bom domingo.

AC disse...

Infelizmente, pérolas que o tempo desfaz...
Gostei muito, Manuela!

Uma boa semana :)

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Manuela
Muito lindo o seu poetar e expressivo!!!
Parece que vc entra na imagem que fotografa... sensacional!
Bjm fraterno

Odete Ferreira disse...

Belíssimo retrato de um lugar que já foi luminoso.
Mesmo conservadas, estas casas são os fantasmas das gentes que as deixaram vazias...
Bjo, Manuela :)

XicoAlmeida disse...

Pego na foto e sinto.
Sinto medos doridos, estragados pelos anos
Empedernidos de enganos
Sinto um vazio cheio de sombras
Um vazio de gentes, de vidas
Sinto um vomitar de saudade
Mas nao sinto patente a memoria
Nem o bater de tamancos na calcada
Nem o gargalhar das criancas de sacoila para a escola
A alegria e rixas das tabernas
Nao foram coisas sonhadas, existiram
A foto escura transborda espiritos
Num horizonte inclinado pronto para alegrias
Sinto tal como a Arca de Noe, que acomoda coisas
Coisas raras, sementes de futuro
Espalhadas pelo mundo.
Beijinho, amiga Manuela.

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Interessante poema e de uma relação maravilhosa com a linda imagem de um lugar fantástico!
bj

lis disse...

Pérolas que são seus poemas,Manuela
E a foto muito linda e singela, como sua inspiração ao clicar e enfeitá-la.
beijos

Maria Rodrigues disse...

Solidão, recordações e saudade.
Belíssimo poema.
Beijinhos
Maria

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Manela
eu achava que já tinha comentado este poema, afinal já o tinha lido no face, aqui deixo o mesmo coment
:a melancolia e a saudade a ditar o poema com uma foto muito nostálgica a lembrar as aldeias e suas casas abandonadas...e quantos segredos terão as pedras?!...gostei e comovi-me "

beijo
:)

Jaime Portela disse...

Há chão onde as pérolas persistem em ficar, apesar do tempo.
Mais um excelente poema, gostei muito.
Continuação de boa semana, querida amiga Manuela.
Um abraço.

Ana Freire disse...

Uma simbiose perfeita e brilhante, com a imagem...
Aliás... eu penso ter lido mesmo a imagem, nas suas palavras, Manuela!...
E as suas palavras... estão lá... nesta encantadora imagem...
Um post, que é uma verdadeira pérola... em encanto, sensibilidade, talento, e beleza...
Magnífico trabalho!!! Adorei!
Beijinhos
Ana

SOL da Esteva disse...

Poema perfeito, bem entrelaçado pela "crueza" da imagem.
Acendam as velas...
Precioso.


Beijos
SOL

. intemporal . disse...

.

.

. são pérolas amadurecentes . as que sempre re.encontro aqui .

.

. um beijo meu .

.

.

Olinda Melo disse...


Lugares onde o tempo passou e deixou a sua marca, aliás,
parecem intemporais, que nasceram e assim se conservaram
naquela quietude misteriosa e densa.

Bj
Olinda