SEGUIDORES

domingo, 18 de outubro de 2015

Outrora






Desfez-se a geometria
Que percorria
O meu jardim.
As pétalas uma a uma
foram caindo
dentro de mim.

Minha casa, meu palácio
onde nasci
agora sombra
granito apenas
onde vivi

O meu baloiço que dançava
 rosas brancas
ficou sozinho.
Dança agora o pó branco
Do caminho!

Agora danço no baloiço do meu tempo
As miosótis azuis
No passo compassado, lento
Do pensamento...


Manuela Barroso, "Inquietudes", Edium Editores

                                               


10 comentários:

. intemporal . disse...

.

.

. que Lhe seja o futuro salpicado de um azul lápis-lazúli . :) .

.

. um beijo.meu .

.

.

AC disse...

O que se viveu, o que se sentiu, o que se forjou, deixam sempre memórias vivas, dando comoção às cores do que se perdeu...
Muito belo, Manuela

Um beijinho :)

Elvira Carvalho disse...

Um poema muito bonito, onde a saudade e a memória se enlaçam nos versos como trepadeiras, numa parede alva.
Deixo um abraço e votos de uma boa semana

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Poema lindo, com uma leveza tamanha!
Boa semana... que já decorre!
Rui

Nequéren Reis disse...

Lindas palavras em profundo sentimento
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=EgeQXJjUpSQ
Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/

Maria Rodrigues disse...

Tão nostálgico e tão belo.
Dançamos muitas vezes ao som da melodia da saudade.
Beijinhos
Maria

Jaime Portela disse...

Tudo muda com o tempo...
Mas há flores que não podemos deixar murchar... as que temos dentro de nós.
Um excelente poema. Já nem conto com menos...
Manuela, minha querida amiga, tenha um bom fim de semana.
Abraço.

Ana Freire disse...

Pura delícia...
Até a melancolia, nas suas palavras, Manuela... não é triste... antes, de uma beleza tocante!
Lindíssimo! É só o que me ocorre!...
Beijinhos
Ana

Toninho disse...

E chega um tempo em que as lembranças nos acalantam.
Tempo de viver e colher algumas delicias que a sensibilidade plantou.
Lindo trabalho Manuela com meus aplausos.
Carinhoso abraço.

lis disse...

Ah outrora..
desfeita.
Muito bonito e emotivo Manu
obrigada pela poesia que te cabe tão bem e me encanta tanto.
beijos