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sábado, 4 de maio de 2013

Não me perturbes



 
Não me perturbes.

Quero reclinar o meu peito no regaço da terra
descer num casulo de luz pairar como a bruma
na urze calada e perfumada da serra.

E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.


Na criança adormecida em mim
ficam as pegadas na presença dos silêncios,
nos diálogos e gestos escritos na areia polida
das minhas palavras.
 
E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.
 

Não perturbes estas folhas que rodeiam o meu corpo
povoando esta alma de música que ninguém ouve.
Não quero miscelâneas no meu poente.
Quero nascer os olhos em bocas de alegria.
Deixa ser-me criança, vestir de novo esta fantasia.


E não per tur bes o meu son ho.
Quero adormecer a noite enganar a lua
morrer o passado nesta inquietação
desta
chama
nua

Manuela Barroso, "Eu Poético"
 Tela :Garmash




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E porque a amizade é também uma jóia que enfeita os meus dias, obrigada querida amiga Gracita por teu carinho na jóia da tua arte maravilhosa.
És uma querida e grande amiga.
Aquele abraço!