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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Chamo-te

 





Chamo-te no timbre dos ventos, no som 
cavado das montanhas.
Respondem-me baladas de violinos no contrabaixo da serra.
Subo. Voo nas asas das aves emplumadas
de nuvens e arrasto o coro que sopra da terra
para os picos da serra.

Sou a gota sobrevoando os vales verdes, errante,
sou nascente e primavera,  sou voz que treme na
harpa, ecoando no sibilar límpido dos regatos.

Chamo-te no cântico sereno das cores onde a música da vida se funde nos olhos das flores.
Rodeiam-me os anéis do tempo, num contínuo caminhar,
ora lento ora sonolento, mas insisto com a mão leve deste
sopro sedento.

É noite na minha aurora, quero esperar pelo sol,
derreter a minha neve
ser água correndo lá fora.
E chamar-te-ei na liberdade do vento
na quietude que demora.

Sou a prisão do meu peito
na voz muda do pensamento.

Manuela Barroso,in  “ Luminescências “ Seda Editora




2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de Paz, querida amiga Manuela!
"Quero esperar pelo sol,
derreter a minha neve".
Muito lindas as metáforas que poetou aqui.
A fluidez do poema está um encanto.
Um correr do amor no leito do coração.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos

chica disse...

A cada leitura aqui, só aplausos podem vir! Lindo! Beijos,tudo de bom,chica