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terça-feira, 16 de abril de 2024

Bocejo de primavera





Se não te ouvisse
os corais não falavam das cores
que migram na tatuagem dos segredos

Se não te ouvisse
o nevoeiro não exalava a voz
no gemido da cegueira
dos rebentos por nascer.

Escutando,
falo com os corais que não vejo
e os segredos que esqueci.
Por entre a neblina
escuto o cheiro das roseiras
grávidas de flores e espinhos.

Agora
deixa-me escutar o cheiro das magnólias
no artificio das flores brancas
no bocejo da primavera.
          
 

            texto-manuela barroso
           arte-christian scholoe

2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de São José, querida amiga Manuela!
Que bocejo perfumado!
Como me passou seu post, peço desculpas. Tão lindamente composto e poético ele está
Tenha um feriado abençoado!
Beijinhos com carinho fraterno

Olinda Melo disse...

Nos seus versos a Primavera suspira de
encantamento. Cheiros, perfumes, flores,
tudo se concerta para que este jardim
seja do mais belo e fantástico.
Tempo de renovação e de tanto brilho,
que até a Natureza se espanta.

Dias Felizes lhe desejo, querida Manuela.
Beijinhos
Olinda