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domingo, 17 de maio de 2020

Era

 Jaime Best
Era de Gales o príncipe que entardecia no teu corpo.
A Primavera semeava-se na mesa com o sorriso
e a tatuagem da adolescência.

Migramos como aves clandestinas no abandono
dos  segredos à procura de um abrigo onde pousar o nosso
afago tão urgente, tão impiedoso como platónicas
são as flores onde nunca tocaste.
No tecto do teu mundo, o sol engoliu o perfume da pátria
que te esqueceu.
Que ofereças agora trevos, na intimidade da noite
e que as galáxias hoje te cubram de sossego
na penumbra da tua inquietação.


Manuela Barroso