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sexta-feira, 15 de março de 2019

Deixa

Nelly Tsenova

Deixa que o deserto seja o oásis e a areia seja o mar
desta quietude branca que corre e avança
no seu jeito de abraçar
E  que cada flor de areia
seja olhos do deserto
tão distante mas tão perto
tão árido mas tão liberto
onde correm palavras nas pegadas do verso.

Que subam, que desçam nas dunas
em grãos de palavras ao vento
que não penso, nem quero, nem digo
acorrentadas às algemas dos  meus pés nus
de mendigo.
Que se enterrem na areia das minhas mãos, os seus dedos,
que sequem ao sol
no esqueleto vagabundo do medo.

Hoje sou a liberdade no esqueleto mudo do segredo.

Manuela Barroso

( No prelo)





15 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de plena paz, querida amiga Manuela!
Tão bom quando vencemos o medo e o deixemos se decompor longe de nós!
Que a areia seja o mar! Lindo!
Tenha um final de semana maravilhoso junto aos seus queridos!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🙏🙏🙏

Elvira Carvalho disse...

Um poema lindo. Adorei.
Abraço e bom fim-de-semana

J. C. Gomes disse...



Meu segredo é um esqueleto ambulante pelas ruas da cidade...

Lindo seu poema, Manu!

Bjim

Deliciosa Ilusão

Lua Azul disse...

Que voe a imaginação!
Bom domingo!
Bjo

Gracita disse...

Querida Manuela
Deixemos nossos passos serem guiados pela liberdade do versar para que possamos trilhar as veredas do regozijo neste seu poema tão lindo e peculiar
Grande beijo querida comadre
Uma feliz semana

Teresa Almeida disse...

Deixa! É um poema tão fluente e tão musical, que só me apetece correr para o ler no seu devido lugar: o mar, as dunas, a areia... A areia afinal é desértica e molhada! Que amplitude poética, amiga!

Um abraço enorme.

Graça Pires disse...

"Deixa que o deserto seja o oásis e a areia seja o mar"
Começamos a ler o poema e sabemos que nunca te faltam as palavras para dizer a tua íntima cumplicidade com a poesia. Lindíssimo poema, Manuela!
Uma boa semana.
Um beijo.

Ana Freire disse...

Lindíssimo poema, Manuela, no qual se respira a força, a inspiração e libertação... que o mar nos transmite...
Adorei cada palavra! Maravilhoso momento poético!
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana

Olinda Melo disse...


Bom dia, Manuel

Leio aqui um milagre de transmutação.
De tudo o que é árido e inóspito nascem
sentimentos e ideais. Conquistada a
liberdade não há medo que nos atinja, aliás,
estaremos preparados para o enfrentar.

Bom fim-de-semana.

Beijinhos

Olinda

Manuel Veiga disse...

tão fortes e tão delicados e frágeis esses "grãos de palavras ao vento"...

que o labor das mãos, revolvendo a "o esqueleto vagabundo do medo"
floresça em fervor de liberdade.

gostei muito, Manuela. poema enorme.

beijo

Majo Dutra disse...

Tive que o ler várias vezes para conseguir alcançar
a mensagem expressa por belas antíteses, analogias
e imagens poéticas.
Belo, Manuela... Como uma oração.
Tudo bom, querida Amiga.
O meu terno abraço.
~~~
Ps - Tenho uma mensagem no meu blogue que gostava
que visse. Bj

Agostinho disse...

Deixa,
mais que verbo é hino,
é poema à liberdade da palavra
percorrida
imagetica e sede
de poesia.

Gostei muito, Manuela Barroso.
Bj.

Mariazita disse...

Que lindo poema, Manuela!
Que a areia seja o mar... assim digo eu.
Obrigada por tanta beleza.

Desejo bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Manuel Luis disse...

Vaguei por momentos com a tua poesia. Deserto do Namibe e o rio Cunene a circundar as dunas. Atravessar o rio para a liberdade.
Bjs

Cidália Ferreira disse...

Amei esta postagem! Parabéns!!

Natureza solitária, viva ...
Imagens que dispensam palavras

Beijo e uma excelente semana.