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sábado, 25 de julho de 2015

Voo



Como num voo assimétrico no sopé
que contorna o declive das escarpas,
vais percorrendo o instinto da maré
que penetra na areia como farpas.  

descalço os pés brancos das ninfas belas
e na catedral da areia do chão
ergo os meus castelos, danço como elas
enquanto namoras a liberdade da ilusão

 na imagem que se pinta na espuma,
nas pegadas escritas na paisagem,
colho os beijos das conchas nas dunas.     

no areal escreves sonhos que não vi
por ser longa a distância da memória
ao querer ainda me lembrar de ti.


Manuela Barroso, Antologia "Mar à Tona"

26 comentários:

Unknown disse...

É sempre uma surpresa agradável ler aqui a sua poesia.
Dá umas asas de sonho. Uma vontade de marear.

ruma disse...

Olá. Suas obras é elegante.
Cumprimentos de Japão. ruma

AC disse...

Nós, a natureza, os sonhos por desnovelar...
Belo, Manuela!

Um beijinho :)

Magia da Inês disse...


Céu, mar, praia, distâncias e lembranças!!!
Esse soneto destila delicadeza e sentimentos que brotam do coração.

Boa semana!!!
Beijinhos.ჱه° ·.
❤˚° ·.

Zilani Célia disse...

OI MANUELA!
UM TEXTO BELÍSSIMO, UM VOO AO FUNDO DA ALMA DE CADA UM.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Edum@nes disse...

Junto ao mar em cima duma rocha,
um pato lá pousado nela eu vi
não! Não era nenhuma cegonha
no seu cantinho um lindo poema li.

Onde foi, dizer já me não lembro,
quando é que foi que isso aconteceu
porque também já foi há tanto tempo
passei lá,não o vi porque desapareceu!

Obrigado pela visita,
boa noite e bons sonhos amiga Manuela Barroso, um beijo,
Eduardo,

Jaime Portela disse...

Há memórias que vão ficando cada vez mais distantes...
Excelente soneto, gostei imenso.
Manuela, tenha um bom resto de semana.
Beijinhos.

Teresa Almeida disse...

A rima acontece na fluidez da inspoiração, como um voo de gaivota.
Parabéns, Manuela.
Xi coração.

SOL da Esteva disse...

Significativo Soneto a deixar voar o significado e o sentimento mais profundo.
Amei, Manuela.



Beijos



SOL

Eloah disse...

Manú minha querida amiga, que lindo soneto teceste aqui
"no areal escreves sonhos que não vi
por ser longa a distância da memória
ao querer ainda me lembrar de ti".
Longa é a distância também dos nossos sonhos, mas o poeta é capaz de trazê-los bem perto do olhar.Bjs no coração Eloah

Bob Bushell disse...

Beautiful poem, and the picture, superb.

Elvira Carvalho disse...

Fico sempre encantada quando leio um bom soneto. E este é-o. Bonita imagem.
Um abraço

Eloah disse...

"na imagem que se pinta na espuma,
nas pegadas escritas na paisagem,
colho os beijos das conchas nas dunas."
Que belo soneto amiga.!E que imagem linda e poética constróis neste teu belo voo pela natureza e nas memórias.Amei!Aplausos!

Evanir disse...

Nunca me esqueço daquele que trás no coração
carinho amor e respeito um bem querer.
Como é bom poder contar com sua amizade,
como é bom ter esperança mesmo ,
quando imaginamos estar sozinhos.
Sem duvidas não é verdade tenho sua amizade,
fidelidade e o amor incondicional de Deus.
Deixo um abraço com muito carinho
Beijos no seu doce coração.
Evanir S Garcia.

Unknown disse...

Olá, Manuela.
Belíssima criação que nos permite viajar com aquela que dança com as ninfas, mas não segue a ilusão.
bj amg

Unknown disse...

Olá, Manuela.
Belíssima criação que nos permite viajar com aquela que dança com as ninfas, mas não segue a ilusão.
bj amg

Unknown disse...

Olá, Manuela.
Belíssima criação que nos permite viajar com aquela que dança com as ninfas, mas não segue a ilusão.
bj amg

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Mas que lindo, encantador! Muito, muito bom!!!
Uma boa semana, um bom mês!

1 bj

Rui

Maria Rodrigues disse...

Voamos nas asas das recordações.
Belíssimo soneto.
Beijinhos
Maria

Emília Pinto disse...

E as palavras, assim como o pensamento também voam, leves, livres e soltas; algumas lá vão e se espalham por aí vazias de sentido, tantas outras ferindo corações feito flechas sem dó nem piedade lançadas. Mas estas tuas, nos levam a altos voos para o mundo dos sonhos nem sempre concretizados para as lembranças boas do passado, para a tristeza de já não sermos capazes de lembrar aqueles rostos amados, amigos; restam simples contornos embaçados aos quais só conseguimos dar nomes; nomes? Nem sempre aparecem nitidamente escritos; aparecem dançando na nossa mente, tentando esta associá-los aos contornos.. É " longa a distância da memória " mas isso não me impede de fazer esses voos mesmo que assimétricos, seguindo as " pegadas escritas na paisagem para que não perca o caminho já um pouco apagado pelo tempo. Há certos caminhos que consigo vislumbrar com precisão, mas outros, amiga.....só mesmo por " instinto "
Neste belo voo te acompanhei, Manuela, sem permissão, mas com muita admiração. Beijinhos e obrigada; sei que não te importas que voemos contigo.
Emília

Gracita disse...

Neste belíssimo soneto voamos para dentro dos sonhos minha querida Manuela
E lindas recordações são evocadas
Um grande beijo minha querida amiga

Ana Freire disse...

Só agora que parei mais no blog, por estes dias, é que me apercebi deste maravilhoso blog, que me tinha passado despercebido... já corrigi o erro e como é evidente, já está na minha lista de favoritos... pois claro!
Beijinhos, Manuela! Ir-me-ei ausentar por um tempinho do blog... mas o tempo sempre passa tão rápido... que logo, logo estarei de volta...
Até breve! Agradecendo toda a simpatia e atenção, sempre dispensadas em suas visitas, lá no nosso canto...
Ana

Evanir disse...

Hoje venho desejar um feliz final de semana.
E que eu possa estar visitando por muito tempo.
A vida continua por maior que seja nossa luta
procuro preservar amigos que cativei ao longo da minha existência.
Com alguns anos conheci pessoas inesquecivel como você ,
e terá sempre tenho carinho e grande respeito por tudo que eu cativo.
Um Domingo feliz e abençoado.
Beijos no coração.
Evanir..

Gracita disse...

Quantos sonhos a natureza esconde e nos convida a decifrar
E embevecida com teus belos versos viajo nas linhas magistrais da tua magnífica poesia Manuela
Beijos e carinhos

Mar Arável disse...

A contemplar também se voa

Odete Ferreira disse...

Não será já o próprio mar um voo?
Belíssimo soneto, amiga!
BJO :)