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sábado, 20 de junho de 2015

Infância


 Imagem da net
Recebo-te, minha infância na maresia dos pinheiros
com  suas folhas de agulhas, saudando o tempo de esperança
 nos fins de tarde soalheiros 

Ouço-te no estio agreste em silvos de angústia
 nos ouvidos secos dos vales, na música dos caminhos
nos ecos das madrugadas e na brancura dos linhos.

Ainda te vejo no cume da calçada
flores campestres
passeios de joaninhas e frutos silvestres

Os aromas,
ah, os aromas!
eram ausências de perfumes vadios,
presença da limpidez da primavera
recanto das raízes virgens no ventre impoluto da terra

Hoje
sou planeta, clarão sem luz que acoberta os dias que tateio
na fragilidade dos inocentes, pés acorrentados e nus

Manuela Barroso in "Laços"- Dueto, Ed. Versbrava


17 comentários:

Unknown disse...

Boa tarde Manuela
Digo-lhe que gosto de ler os seus poemas mas não encontro palavras para lhe fazer um comentário.
Será que ficaram retidas nessa beleza do fim do Estio aqui cantado tão rico e suave.

Bob Bushell disse...

Beautiful image of the little girl, and the poem, so good.

Pérola disse...

Flutuo por entre teu divagar, tuas palavras que me atrasam o tempo.

Belo!

Beijinhos

SOL da Esteva disse...

A Infância, neste teu Poema, não é a nostalgia dum passado, mas a realidade dum presente.
Não tem infância quem quer; mas quem a vive em permanência.



Beijos


SOL

Alessandra disse...

Olá!
Linda a poesia!
Um super bjo!

Alê - Bordados e Crochê
Fã Page

Emília Pinto disse...

A INFÂNCIA....a minha, a tua e a de tantos outros; infância onde havia alguma escassez do Ter, mas havia a abundância do SER; mesa rica e farta de conversa, de riso e de gargalhadas; não havia play sations à espera, nem tablets e em alguns casos nem a televisão.As " tardes soalheiras " eram passadas naquele quintal à sombra das ramadas até que o sol se pusesse; " brinquedos da natureza " enchiam o nosso coração de alegria; uma folha seca poderia ser o berço onde uma pedrinha bem ajeitadinha se deitaria como se da boneca mais linda se tratasse; " flores campestres enfeitavam a casinha por nós tão delicadamente construída. E os " frutos silvestre? Aquelas amoras bem pretinhas tapando os muros dos " caminhos; empoeiradas, mas saborosas, cheirosas, perfumadas; " gostas de amoras?...vou dizer ao teu pai que já namoras " e as gargalhadas chegavam e a correria continuava à procura de mais algumas. São " aromas" de uma infância onde tivemos a oportunidade de " ser meninos " . Não tinhamos o Inglês...o balet, a dança: tinhamos os deveres de casa e depois era BRINCAR...brincar...brincar...
Hoje, Manuela, deixo a minha Infância entrar as vezes que quiser; cresci sem a fartura do Ter, mas com a abundância do Ser. Hoje sou o que a minha Infância permitiu que fosse; hoje sou aquela que " chora " pelas crianças que " nunca foram meninos " por todas aquelas que, apesar de criança, não conseguem " ser meninos "
Com a tua poesia, deixei mais uma vez a minha meninice entrar e foi muito, muito bom, Manuela. Muito Obrigada! Um beijinho cheio de carinho e de grande amizade.
Emilia

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

a infância retratada de maneira belíssima.
bom fim de semana.
beijinho
:)

Nal Pontes disse...

Simplesmente linda e inspiradora poesia. Parabéns poetisa. Bjs

Luma Rosa disse...

Oi, Manuela!
São momentos em que recarregamos a nossa alma de beleza. Não podemos deixar que a criança que existe em nós se perca pelos caminhos da vida. Essa criança traquina, vive na espreita para nos ajudar a refazer sonhos, construir afetos ou simplesmente rodopiar num bailar descompromissado.
Te dei minhas mãos e pude cirandar com você!
Beijus,

Lindalva disse...

Infância tempo passado bom de lembrar. Olá minha querida amiga vim aqui para te convidar a participar da 10ª Edição do Pena de Ouro seja de qual forma for, com uma poesia ou votando quando a brincadeira começar, o que importa é sentir teu perfume invadindo o Ostra da Poesia. Este é um convite spam, mas saibas que o desejo de te vê no Ostra é verdadeiro. Beijos no coração. http://ilha-da-lindalva.blogspot.com.br ****** http://ostra-da-poesia.blogspot.com.br

Nal Pontes disse...

Pensei que já tinha vindo aqui e deixado um comentário.
Amei a poesia que retrata muito bem sonhos da infância.
Bjs

Maria Rodrigues disse...

Como é bom recordar os aromas, as flores, os sonhos e o encanto especial que tinha a infância.
Hoje é um planeta com a luz do conhecimento e da sabedoria, os pés podem estar acorrentados, mas alma está livre pela magia da poesia.
Lindíssimo poema.
Beijinhos
Maria

Toninho disse...

Linda esta inspiração plena de vida que se viveu e que ainda existe viva em nosso coração.
Eu tenho o meu menino e o acaricio em cada manhã, vem dele a força para prosseguir.
Belíssimo trabalho Manuela.
Carinhoso abraço amiga.
Beijo paz.

David M. Gascoigne, disse...

A little girl and flowers...what a wonderful combination. Beauty on both counts.

Jaime Portela disse...

Há coisas que nos trazem recordações da infância...
Apesar do "exagero" no final (os poetas exageram quase sempre...), o seu poema é soberbo. Mas eu já estou habituado à excelência da sua poesia...
Manuela, tenha uma boa soa semana.
Saudações poéticas.

Olinda Melo disse...


As imagens, cheiros e cores da infância são inesquecíveis. Penso que acabam por fazer parte do nosso ser, para sempre.Por vezes, nas nossas recordações buscamos alento para enfrentarmos os desencantos que a vida nos vai trazendo.

Bj

Olinda

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Acho que nos dia
de hoje,
também sou este planeta...

Sua vida é preciosa para mim...