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sábado, 14 de janeiro de 2012

Neste Inverno...


 Vladimir Volegov

 Neste Inverno de macios cabelos de linho
cantarei na embriaguez da alegria
a fertilidade da aurora em silêncios de madrugada.
Iluminarei o carvão da noite com a luz de violinos de fogo,
tocando cândidas flores no lirismo das minhas tardes.
E
Derramarei fogos de incandescentes transparências
em ardentes pétalas de luz bordadas em coroas de músicas
que  preencham corações vazios.
Porque enquanto há vida, haverá primaveras
de pólen colorido nas ogivas luminosas do dia
e no lago quieto  da noite.
Farei nascer sorrisos em corolas de crianças felizes
com eternidades de alegria nos dedos macios,
segurando pétalas meninas em relâmpagos de mulher,
que afaga em braços maternos, dores invisíveis 
de farrapos humanos!
E olho os trapos da humanidade em candeeiros noturnos
e perco-me no infinito de mim.
E descerão estrelas,
flutuarei com elas!
Quero acreditar neste meu céu onde se acalma o silêncio do dia
envolto em magia
porque enquanto há vida tudo se alumia
nas trevas do tempo que libertará solidões
como tempestades de vento.
Neste sono da vida que dorme, desperto com o ruído das fontes.
Deitar-se-à a liberdade no poente calmo dos extensos vales,
no cume vazio dos montes!
No horizonte que persigo na solidão do silêncio das gentes
mudas, presentes
tão quietas, ausentes!
Mas enquanto houver vida, meu irmão, minha amiga,
não me dou por vencida.
Rasgarei cortinas com punhais de fogo
em velocidades inquietas, em ansiedades de esperança.
E vibrarão vendavais de música,
em sorrisos de criança.
Em teclas de amor
tocarei hinos de redenção
e farei desta sonata
orquestras de prata,
para ti, meu irmão!
Porque sempre haverá vida!
Assim.
Também
em mim!



Manuela Barroso

 

21 comentários:

mfc disse...

Sempre haverá vida, e sempre haverá alegria para a viver!
Um poema que balança entre uma tristeza e uma alegria que está sempre presente em nós... um poema tecido com maestria e beleza.

Ange disse...

Enquanto um coração bate, existe vida!
E enquanto houver vida haverá esperança...
Esperança para amar, sonhar, ser feliz e viver!
Sempre com seus textos cheios de reflexões! Parabéns!

Então, Manoela, primeiro quero agradecer sua fiel amizade e carinho, em seguida comentar que li com entusiasmo em um comentário seu que, você substituiu sua câmara fotográfica por uma nova! Maravilha! Vamos usar então!
Bem, eu já sabia que você gosta de fotografias, imagens e tal...
Você não substituiu sua velha câmara só para fotografar receitas culinárias né? Comece logo a postar por aqui algumas imagens de Portugal!
Faz umas fotos aí da Cidade, Igrejas, Praias, Natureza... Estou curiosa e ansiosa!
Vou ficar cobrando e lhe seguindo...
Uma linda noite para você!
Com carinho!
Ange.

Leninha Brandão disse...

Manu querida,

Escreves como quem compôe uma sinfonia e tua melodia aqui chega,rasgando os mares,rompendo os silêncios e escancarando sentimentos puros e macios,adivinhando primaveras e flores e madrugadas serenas.
Bjsssss e muito carinho,
Leninha

Francy´s disse...

Há poesias que me fazem calar e apenas saborear, então deixo a ti um abraço, desejo que tenhas um lindo final de semana.

Eloah disse...

"Porque enquanto há vida, haverá primaveras
de pólen colorido nas ogivas luminosas do dia
e no lago quieto da noite." Que lindo minha bela amiga.Juntastes as palavras , trouxestes todo o sentimento ditado do coração e nos deste de presente este belíssimo poema.Amei.Tenhas um domingo maravilhoso.Bjs Eloah

Celso Mendes disse...

sempre haverá vida enquanto se enxergar a poesia que há em cada mínimo detalhe que nossos sentidos possam captar, mesmo no frio paralisante de um inverno.

mais uma bela mensagem, amiga.

beijos.

Helena Chiarello disse...

Só de tuas mãos e de um coração florido assim é que podem nascer primaveras tão bonitas em pleno inverno! E sempre haverá vida, brotando de beleza de cada pensamento, intenção, palavra e gesto...

Lindo isso, Manu!!

Tava com saudadeee! rss

Obrigada sempre por teu carinho, amigamada!!

(Aos poucos colocando as coisas em dia aqui.. rsss)

Um beijo gigante e meu sempre carinho!

maria selma disse...

Que maravilha de poema,
estou seguindo aqui,
"Enquanto há vida, haverá primaveras"
Muitos poemas brotarão com a beleza de suas palavras...
Amiga bom fim de tarde,
Ótimo início de semana,
Beijos de luz

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Manuela
Lá onde a terra é seca...a noite não sabe que é noite...onde os sonhos envelhecem...onde vivem esquecidos todos os gemidos de amor .e o corpo morre na amargurada solidão da carne...as esperas são ausências.
foi o que senti nas entrelinhas...mas que a esperança seja o azul dos teus sonhos.
Como sempre...ler-te é uma viagem por dentro da alma...minha e tua.

Beijinhos com carinho
Sonhadora

O meu pensamento viaja disse...

Os projetos são sempre portas entreabertas que convidam à ação.
Essa soma de "futuros" é forte, intencional, sinal que a ação já se iniciou.
Se surgem no início do ano, melhor, ganham a força do início dos ciclos, ancestralmente transformada em vaticínio incontornável.

Gosto como mexes com as palavras, com as mesmas mãos com que mexes doçuras.
O resultado é sempre um sonho carregado de calda de açúcar.
Beijos, linda!

Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Acreditemos sempre neste nosso céu!...

bj

Elvira Carvalho disse...

Excelente poema onde a esperança esvoaça entre as palavras como pombas mensageiras de um mundo muito mais feliz.
Um abraço e tudo de bom

Anónimo disse...

Um poema que é um hino à vida, Manuela! Não esquece nada nem ninguém, muito menos esse "Eu" generoso e sensível, disposto a tudo fazer para que haja vida... e não faltem, a quaisquer seres deste mundo maravilhoso, Primaveras cada vez mais floridas.
Fraterno e grato abraço do Quicas

Smareis disse...

Manuela minha querida... A esperança é um sonho que nunca se apaga.. Fiquei em estado de graça e encantamento te lendo. Dizer o que depois de ler coisas tão bonita, só agradecer pela amizade e pela oportunidade de estar aqui te lendo. "As amizades constroem um caminho que chega até o coração e faz com que os amigos sempre se sintam perto, mesmo que em realidade estejam muito longe um do outro". Obrigada pela amizade e pelo carinho. És especial até com as palavras. Beijos e ótima semana.

Emília Pinto disse...

E é assim que temos de fazer neste inverno frio, nesta frieza da humanidade; enquanto houver vida...enquanto houver esperança nos nossos corações, não desistiremos de espalhar sorrisos, de abraçar, de tentar aquecer estas gentes presentes, mas tão quietas, tão ausentes. Quero também continuar a acreditar na redenção do ser humano...continuar a acreditar que um dia todas as crianças sorrirão...continuar a acreditar que um dia deixarei de ver crianças que nunca foram meninos. " Porque sempre haverá vida!" Porque a vida só tem sentido assim...bem vivida por todos.
Muito bonito, Manuela. Adorei! Parabéns. Sei que a tua vida é assim...cheia de amor para dar, cheia de calor nestes dias frios de Inverno. Um beijinho
Emília

Eloah disse...

Manu, minha linda amiga,obrigada pela delicadeza e generosidade dos teus comentários.Tua presença no meu Blog traz felicidade, ilumina meu cantinho e teu carinho enfeita minha alma.Bjs no coração Eloah

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

As palavras vão se encadeando, com tanta suavidade e beleza, que até parece que estamos num lindo barquinho que nos leva, ao longo de um rio, de águas límpidas, margeado com imenso verde salpicado com flores de variadas cores...Isso é encanto...isso é VIDA!!!

Beijinhos,
da Lúcia

Leninha Brandão disse...

Manu querida,

Passei para te reler e sentir a doçura de tuas palavras que trazem e fazem um bem enorme ao meu coração.E ouço tua voz a dizer o poema e sinto a esperança invadir o meu coração.

Obrigada,amada Manu.

Bjsssssss,muitos e carinhos sem fim,
Leninha

Patricia disse...

todo renace, una y otra vez, querida amiga!

precioso tu poema, aporta luz y belleza.

un abrazo fuerte!!!!!

Penélope disse...

Uma melancolia tocante e extremamente sensível. Amiga, todos os seus espaços são lindos...
Beijinhos e grata pela visita!!!!

Ibrahim disse...

A vida para além da carne, partilha da essência do que somos, seres intemporais.

Bjnho,
Obrigado,
Nuno