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domingo, 10 de outubro de 2010

ESCOLA(S)


Os dias não podiam ser monótonos.
Havia sempre uma variante ditada por um novo horário que tinha o capricho de criar uma certa pitada de ansiedade em cada ciclo lectivo que se iniciava. Essa variante tornava-se mais ou menos stressante conforme o tipo de turma que "acontecia" naquele dia.
Numa sociedade multifacetada como a de hoje o trabalho pedagógico é árduo, ingrato.
É profundamente desolador, que esta sociedade não reconheça no docente o elo imprescindível que liga o discente à escola.
Considerado trabalho fácil, por quem ignora a escola de hoje, trabalhar com turmas de cerca de 25 alunos ou mais, com o seu ritmo, vivências pessoais, familiares, culturais, educacionais e o mais difícil ,emocionais...
Sim, emocionais!
Neste xadrês escolar, um dado que não esteja enquadrado, desiquilibra todo o jogo!E a transmissão de saberes fica anquilosada logo à partida por um único desajuste...
A inteligência emocional tem aqui uma fução única:
Ela repõe o equilíbrio
Ela reforça a empatia.
Ela transmite confiança
Ela é solidária.
...E vai-se contornando a agressividade , compreendendo as emoções, derrubando muros de hostilidade...
E só o tempo, esse, nos dá a sapiência para resolver, desdramatizando pontuais coflitos...
E no fim fica um vínculo feito de compreensão e solidariedade!
A ciência fica esperando mais e mais...
O amor vai sendo semeado com a partilha das emoções...
E a sociedade vai esperando mais saberes, mais ciência, mais consolidação...
Mas ganha desta forma valores humanos que se reencontram ,eles próprios, e não seres errantes que deambulam como autómatos...
Presenciei, logo, confirmo.
Sinto uma enome paz pelo dever bem cumprido
Um beijo enorme aos jovens que me ajudaram a ser cada vez mais!
Passado e saudades de mãos dadas!





3 comentários:

Anónimo disse...

Cara Colega,

Este barco é difícil de levar a bom porto.
Façamos os possíveis.
Os jovens são o amanhã.
C.V.

Marte disse...

Hoje em dia, o docente é mais um babysitter do que qualquer outra coisa. O governo, na figura da ministra da educação, esvaziou o conceito de professor. Interessa é que deixemos de ter 1 percentagem tão grande de abandono e insucesso escolar; então o que se faz? Passam-se alunos, assim sem mais.
Mas ainda há bons professores, pessoas que remam contra a maré. Para esses que o são e os que já foram, um grande bem haja!!

Beatriz Bragança disse...

Querida Manu
Não poderia estar mais de acordo contigo.
Que magnífica crónica sobre o que é ser docente!
Citando as declarações da Conferência Mundial de educação para Todos,de Jomtien - Tailândia -1990, pretende-se que,na educação básica, esteja incluído um conjunto de conhecimentos e de competências indispensáveis na perspectiva do desenvolvimento humano.
Com a massificação do Ensino,os docentes têm de estar preparados para lidarem com todo o tipo de comportamentos. E sabemos que há crianças que têm pais que são como que professores muito dotados, porque se preocupam imenso com a parte emocional dos seus menores.Porém,outros pais/progenitores são péssimos.E cabe aos professores dar toda a atenção àqueles seres, mostrar-lhes compreensão,gerar empatia,tentar apaziguar todas as perturbações...
Só num clima de confiança e de empatia estabelecida,é possível dar aos alunos uma formação integral.
Parabéns pelo teu texto,que dá muito para reflectir e mostra quão árdua é a tarefa do docente.
Um beijinho
Beatriz