Palácio!
Palavra mágica que nos transporta para o fundo do tempo onde ser rei era ser deus.Onde as princesas de beleza imaculada viviam rodeadas de desvelos tais que só passeavam sedas e formusura.E também tristeza e solidão! O seu príncipe era feito de conveniência e corrupção.Não de amor de encantamento!
Mas o fausto não era do reino da magia nem do sonho. Estava lá! Os "outros" limitavam-se a olhar e com admiração, submissão...
Mas porquê esta reflexão?
As férias são tempo de disponibilidade, procura de lugares novos. Não são só para travar o relógio e pasmar-que também é óptimo... Mas passado este hiato de tempo quis sonhar e nada melhor que um...palácio!
Atravessei o espaço e o tempo e eis-me defronte à pousada-palácio de Estói.Lá estava ele, não com o granito austero e sombrio como os do norte, mas com a linguagem dos palácios...Foi lindo porque sonhei...
...era uma princesa, naquele dia de vestidinho branco, branco e percorria os jardins daquele palácio como se tivesse lá vivido todas a traquinices da infância , as aventuras e desamores da adolecência...
Por entre imensas colunas brancas avistava uns bancos de jardim, enfeitados com azulejos azuis olhando o regato de água que cantava mesmo ao lado! E sentei-me pensativa! Quantas memórias e segredos este canto esconde!? Quantas lágrimas de infortúnio estarão aqui sepultadas?Olhei o regato...
É tão bom, conversas à solta...
Desci a escadaria que me levava a um jardim semeado de estátuas lindas como as princesas! E olhava aquelas testemunhas mudas mas inquietantes. E havia mais bancos voltados para o jardim com contornos definidos. Quantos passeios, quantas lamentações, quantos devaneios, quantas paixões!....
Defronte, erguia-se a fachada com impacto, como convém a um palácio! E eu percorria todos os recantos como se estivesse a recordar a minha história! Longe, estendia-se o sol já cansado do dia! Também não admira, pensei, está cansado de ver palácios!
Mas ...depois veio um sentimento indefinível e indefinido...
Respirei fundo tentando aperceber-me deste estado de alma...
Olhei para trás. Já não "via "as festas com os momos e entremeses, nem príncipe nem amas...
E as colunas brancas ao alto tranformaram-se na minha mente como a única cumplicidade
que unia os dois tempos: O antes e o agora!
E voltei para o meu chá, imaginando-me uma princesa, mas limitando-me a ser eu-mesma...
E o palácio e os bancos e as estátuas ficaram sós com as suas memórias!
...E, eu voltei com as minhas!
2 comentários:
Um passeio elegantemente saltitante fazendo a ligação entre dois mundos. A descrição dum palácio real que despoletava memórias e emoções que se confrontavam, sob o pretexto do palácio.
Querida Manelinha
Ir a Estói é reviver o passado elegante e principesco.
Voltaste ao teu chá depois de divagares!
Imagino que fosse um chá de laranjeira, das muitas que abundam nos jardins do palácio, juntamente com as palmeiras!
Era ao fim da tarde: o Pavilhão com os vitrais devia coar a luz do crepúsculo!
Que maravilha! Só alcançada por alguns,poucos que podem lá parar!
Afinal um Palácio não é para todos!
Um passeio pelos jardins deve ser uma dose de encantamento com as fontes decoradas com ninfas e nichos em azulejos!
Que beleza! Princesa abençoada!
A que belo passeio me levaste!
Obrigada.
Um beijinho
Beatriz
Enviar um comentário