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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Primavera, saudade



E a Primavera voltou com o sol tocando a harpa da nossa alma!


É a época em que tudo fervilha: as flores, plantas, e hormonas! Sim, as hormonas!Os jovens abrem -se para a vida com as suas roupas mais sensuais, redescobrindo as sensações reprimidas pelo inverno cinzento!


E cruzam-se os olhares furtivos, trocam-se palavras enigmáticas...


...e lêm-se os pensamentos que se escondem, até de nós!


Mas será que Agora, "esta primavera" terá o mesmo encanto ,o mesmo mistério como tinha a minha primavera?




Até logo, saudade!


3 comentários:

Anónimo disse...

Doce Manuela,

A Paz esteja connnosco,

E na procura das rosas azuis, encontrei...

... «Las rosas azules» apareció publicada en Los días del Albaicín y en ella concurren como actores principales, Isabel, hija de un noble cristiano con dominios fronterizos, y Hamet, noble árabe granadino. La trama sintéticamente queda así: Hamet enamorado de Isabel cuando va a asaltar el castillo de su padre, la rapta; como consecuencia del rapto, ella enloquece; en su locura busca una rosa azul en los jardines del musulmán; la curación y el desenlace feliz -Hamet e Isabel juntos- se opera a través del cambio de religión del noble musulmán, que posibilita la realización del milagro: la rosa azul....

A. J. Afán de Ribera: Los días del Albaicín. Tradiciones, leyendas y cuentos granadinos. Granada, Tip. Sta. Ana, 1891

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A lenda da rosa azul
No Mosteiro da Cartuxa, no Bussaco, em Portugal, vivia, em séculos que já se foram, um piedoso e santo monge, cuja vida se consumia, inteira, entre a oração e as rosas. Jardineiro da alma e das flores, passava ele as manhãs de joelhos, no silêncio da nave, aos pés de um Cristo crucificado, e as tardes, no pequeno jardim da ordem, curvado diante das roseiras, que ele próprio plantava e regava.
A sua paciência de jardineiro era absorvida, entretanto, por uma ideia, que era um sonho: encontrar a rosa azul das legendas do Oriente, de que tivera noticia, uma noite, ao ler os poemas latinos dos velhos monges medievais. Para isso, casava ele as sementes, os brotos, fundia os enxertos, combinando as terras, com que as cobria, e as águas, com que as regava, esperando, ansioso, o aparecimento, no topo da haste, do sonhado botão azul! Ao fim de setenta anos de experiências e sonhos, em que se lhe misturavam na imaginação as chagas vermelhas de Cristo e as manchas celestes da sua rosa encantada, surgiu, afinal, no coroamento de um galho de roseira, um botão azul, como o céu. Centenário e curvado, o velhinho não resistiu à emoção; adoeceu, e, conduzido à cela, ajoelhou-se diante do Crucificado, pedindo-lhe, entre soluços pungentes, que, como prémio à santidade da sua vida, não lhe cerrasse os olhos sem que eles vissem, contentes, o desabrochar da sua rosa azul.
Em volta do santo velhinho, no catre do mosteiro, todos choravam, compungidos. E foi, então, que, divulgada de boca em boca, foi a notícia ter a um convento das proximidades, onde jazia, orando e sonhando, uma linda infanta de Portugal. Moça e formosa, e, além de formosa e moça, fidalga e portuguesa, compreendeu a pequenina freira, no jardim do seu sonho, o valor daquela ilusão, e correu à sua cela, consumindo toda uma noite a fazer, com os seus dedos de neve, uma viçosa flor de seda azul, que perfumou, ela própria, com essência de gerânio. E no dia seguinte, pela manhã, morria o ancião no seu catre, sorrindo entre lágrimas de alegria, por ter nas mãos trémulas, por um milagre do céu, a sua rosa azul!

Um abraço,

das Neves, I.

manuela barroso disse...

Querida Isabel
Fiquei rendida tanto ao encanto da lenda como a todo o amor incondicional que ela encerra.
Mas não foi por acaso que aqui apareceu uma rosa azul!Além de rara-mas existem já- ela fez parte de um sonho, não foi?
E quem sabe se dentro desse sonho não cabia lá, no inconsciente, esse arrebatamento azul das rosas do Oriente?
Mas estou estupefacta com esse castelhano, para embelezar ainda mais a lenda da rosa azul!

Bem disse antes,"Surpreendente Isabel"!
O Inconsciente só engana às vezes!
Foi um belo momento este ,que me proporcionou.Obrigada.
Colherei mais rosas azuis, porque as coisas raras torna-nos mais atentos para a beleza do Universo que de tão longo,foge ao controle
da nossa compreensão.

Paz connosco

Abraço Azul

MB

Beatriz Bragança disse...

Querida amiga
Me voici,à la recherche du temps perdu!
Na data desta publicação ,nem me passava pela cabeça que existiam blogs!
Venho agora,à procura do que perdi,mas não foi a primavera.
Bela é a divagação que sobre ela fazes!
As primaveras do nosso tempo juvenil tinham o encanto de serem vividas por nós,enquanto jovens; agora,mudaram os tempos,mas a vontade de renascer permanece imutável,creio eu! E que bom que é assim!
Obrigada por mais um texto reflexivo.
Beijinhos
Beatriz