Sopra agudo
um vento de leste.
Saltam as agulhas acesas
dos pinheiros mansos
costurando a música dos pardais e das gaivotas.
Correm cordeiros no mar ,
na lã branca de espuma.
No convés da erva orvalhada,
foguetes de pegas azuis,
coloridas,
alegres,
sadias.
Atormentam-se as nuvens.
Algures,
o porão da inconsciência dos homens,
cospe foguetes de gás
fundindo-se
com os escombros acesos do silêncio.
Pétalas
caem nos braços exauridos,
já murchas,
sem cor,
sem espaço,
sem vida.
Onde já não existem pegas azuis.
manuela barroso
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